Esqueça a TAM. Esqueça a Lan. Daqui em diante é Latam.
O anúncio da nova marca nesta quinta-feira (6) gerou reações não muito simpáticas pelas redes sociais, inclusive nas próprias páginas do Facebook de TAM e Lan.
Os brasileiros não gostaram da sonoridade, que lembra “Latão”. E já sentem saudade da vermelhinha de Rolim Amaro, com direito a fotos do fundador da TAM. Os chilenos choram o fim da quase centenária companhia aérea, bandeira do país desde 1929.
Teve também quem gostou da novidade, em menor número, é verdade. Desejam sucesso e vida longa à Latam Airlines.
Diante dessa nova ordem, é preciso separar a paixão da razão, mesmo que às vezes elas pareçam uma entidade única.
A lei do mercado, para resumir, exigiu que Lan e TAM fossem uma só. Integrar padrões e processos significa economia. Em um mercado tão competitivo e oneroso como é a aviação comercial, é questão de sobrevivência. O gasto inicial, estimado em 40 milhões de dólares, será diluído nos ganhos que a companhia terá.
Esse é o ponto de vista estritamente mercadológico e que norteou as decisões do grupo Latam. Este nome, além de alguma forma comportar LAn e TAM, tem a América Latina como ponto de partida. Além de Brasil e Chile, a empresa tem braços na Argentina, Colômbia, Equador, Paraguai e Peru. LATAM, simples assim, é a abreviação de América Latina em espanhol e inglês. Ao zerar as fronteiras, a Latam, no fim das contas, é uma companhia aérea latinoamericana.
Há o lado do apaixonado, que precisa ser respeitado. Como assim acabam com duas marcas respeitadíssimas e que são – eram – sinônimo de Brasil e Chile? Oras, acabar com a Lan é como matar a Panair do Brasil ou a Varig. Os brasileiros sabem bem o que isso significa. E findar a TAM é cortar, ainda na infância, uma história o que poderia se transformar um dia em Panair ou Varig. É triste, sim.
O Brasil, infelizmente, já se acostumou – ou foi forçado a se acostumar – a perder suas referências na aviação comercial. Uma lista que além de Panair e Varig, tem Cruzeiro do Sul, Vasp, Transbrasil, Real, Aerovias, Nacional, Lloide Aéreo. Ou mesmo Rio-Sul, Nordeste, Votec, Taba, e assim vai. Todas deixam alguma coisa.
Mas como em todos esses casos, a vida seguiu. Outras companhias aéreas nasceram e morreram. Colocar a paixão em primeiro plano, é aceitar, mesmo a contragosto, que as empresas aéreas são como seres vivos. E isso significa que têm um fim, doloroso. Fica a saudade.