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Acabou a era dos governantes bem avaliados em Curitiba?
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fruet2O curitibano sempre foi generoso na hora de avaliar seus governantes;. Os governadores e prefeitos da cidade tipicamente apareciam nos primeiros lugares nos rankings do gênero. Beto Richa PSDB), como prefeito de Curitiba, foi quem mais alardeou seu sucesso, mas antes dele outros prefeitos como Lerner, Taniguchi e Greca sempre tiveram notas altas.

Agora, os governantes locais veem o naufrágio de sua popularidade. O caso mais evidente é o de Richa. De “prefeito mais bem avaliado do país”, passou a ter apenas 7,5% dos votos para o senado e 84% de rejeição. Não é para menos: o massacre promovido pelo governo em praça pública, por si só, sem contar arrochos e demais erros, explicaria tudo.

O caso de Gustavo Fruet (PDT), porém, é diferente. Sua rejeição é menor: 62%, segundo o Paraná Pesquisas. Claro que seria. Basta não bater em professores na rua que dificilmente chegará à mesma rejeição atual do governador. E Fruet, aliás, até ficou do outro lado naquela história, com a prefeitura atendendo os feridos que o Palácio Iguaçu produzia.

Mesmo assim, 62% de rejeição é um desastre. Fruet tem dito que é o momento. Que a crise econômica faz com que todos os governantes sejam mal avaliados. Faz sentido. Primeiro, porque o cidadão, na hora de dizer se um governo é bom, pensa primeiro em como vai seu bolso – e se o prefeito não tem nada com isso, dane-se. É o raciocínio prático que prevalece.

Por outro lado, com me nos dinheiro fica difícil fazer obras. E, nesse sentido, Fruet pegou não só a economia em crise como uma gestão anterior que torrou enormidades de dinheiro com Copa do Mundo, viadutos estaiados sem sentido e coisas do gênero.

Mas, que seja. Não há dinheiro. Mesmo assim, a população parece reconhecer, ao dar dois terços de rejeição ao prefeito, que alguma coisa vai mal. O que seria? Na verdade, para quem vê do lado de fora, a prefeitura parece padecer de um imobilismo, mais do que de qualquer outra doença. Brinca-se que o prefeito é pintor: só pinta faixas. Claro que faz mais, mas nada que escape do mínimo exigido por uma cidade cheia de carências.

O que se vê no mais das vezes são medidas paliativas e de pouco efeito, como faixas para bicicletas e ônibus, defesa de animais, pequenas ações nas redes sociais. Mas os grandes problemas da cidade permanecem intocados. Os ônibus são velhos e envelhecem sem ser substituídos; a passagem é cara e para não pagar mais o sujeito é obrigado a pagar no cartão, que não se acha à venda nos bairros; a licitação do lixo não sai nunca; gente morrendo em frente a unidade de saúde…

Houve avanços, claro, como no plano de carreira dos profissionais de educação, aumento do horário de atendimento de alguns postos etc. Mas o funcionalismo mesmo fez várias greves e as reclamações sobre o atendimento na saúde nunca diminuem.

É claro que nem tudo se faz em três anos, ainda mais sem dinheiro. Mas a prefeitura precisa urgentemente mostrar a que veio esse mandato. Ou a tendência é a rejeição aumentar ainda mais.

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