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Parte crítica da greve pode ter passado, mas agora é preciso repensar o sistema

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A greve dos ônibus de Curitiba não acabou. O que acabou com a reunião desta terça-feira no Tribunal Regional do Trabalho foi a greve integral. Agora, a não ser que o sindicato dos motoristas e cobradores volte a descumprir a determinação legal, decidida por liminar, haverá pelo menos 80% da frota em qualquer momento do dia.

Nem de longe isso significa que a questão esteja resolvida. Nem o problema imediato está solucionado. A Comec simplesmente se propôs a pagar no momento R$ 5 milhões dos R$ 16,5 milhões que está devendo para a Urbs e, por consequência, para as empresas – que por sua vez estão devendo para os trabalhadores. Ainda resta a maior parte da dívida, a ser quitada em cinco vezes.

A crise, porém, é muito maior. Há um problema crônico no sistema. A tarifa não paga tudo que o sistema custa. Há um rombo que aumenta a cada vez que o passageiro passa pela catraca. Isso só vai ser resolvido, se for, com negociações posteriores. Primeiro, o governo e a prefeitura precisam se entender. Ou fazem um novo convênio, retomando o subsídio, e a prefeitura gere o sistema novamente. Ou se separam e cada um paga sua parte.

Depois disso, vem outro pepino. Em fevereiro, será preciso reajustar a tarifa novamente depois que o salário dos motoristas e cobradores sofrer reajuste (no mínimo, imagina-se, pela inflação). E há que se ver que se estado e município não conseguirem colocar mais subsídio no sistema, a passagem subirá ainda mais.

Por enquanto, só o que se conseguiu foi tirar o paciente da UTI. Agora, é preciso fazer um longo tratamento que há de ser dolorido para alguém. Aparentemente, quem sofrerá será o bolso do trabalhador. Mas isso não será nenhuma novidade.

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