A revelação de que o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa abriu empresa offshore em paraíso fiscal para comprar um apartamento em Miami provocou uma onda de questionamentos por parte de seguidores do ex-ministro no Twitter.
O nome de Barbosa apareceu na lista do escândalo “Panamá Papers”, que envolve milhares de pessoas em todo o mundo e sugere como chefes de Estado, milionários, criminosos e celebridades ocultam recursos em paraísos fiscais.
Barbosa disse que pagou US$ 335 mil (cerca de R$ 1,2 milhão) pelo seu apartamento em Miami, com recursos oriundos do seu trabalho, mas admitiu que abriu duas empresas offshore em paraísos fiscais – e não apenas uma – em busca de benefícios tributários. O ex-presidente do STF afirmou ainda que o dinheiro para a compra do imóvel saiu de sua conta no Banco do Brasil, mas não apresentou provas da transação.
Muitos seguidores de Barbosa no Twitter querem saber mais. Há questionamentos do porquê recorrer a uma offshore em paraíso fiscal, que é território conhecido por abrigar transações suspeitas.
Barbosa diz que uma das razões para a offshore foi obter benefício tributário. Isso significa que um ex-presidente da suprema corte brasileira buscou em um paraíso fiscal condições para pagar menos impostos que os cidadãos comuns. Pode ser legal, mas não cai bem para uma autoridade como Joaquim Barbosa.
Uma das empresas de Barbosa, a Assas JB, teria sido criada no mesmo dia em que ele divulgou seu relatório do chamado “mensalão”, mas a data de criação não foi divulgada pelo ex-ministro do STF.
O caso de Barbosa veio à tona em uma reportagem do jornal Miami Herald, que sugere no texto a possibilidade de o ex-ministro ter ganho o apartamento, mas ressalva que há contrato de que ele comprou e pagou US$ 335 mil pelo imóvel.
A transação foi classificada pelo jornal norte-americano como “inusual”.
Comprar apartamento no exterior é um direito de qualquer cidadão, desde que de acordo com as legislações dos países envolvidos na transação. Quando se trata de compra em Miami, mostra uma prática que tem se tornado comum às elites não só do Brasil, mas de toda a América Latina: retirar dinheiro dos seus países (da pátria) para gastar na Flórida, o “paraíso” para muitos endinheirados e poderosos latino-americanos.
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