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Gigo, Giginho e Waterloo: os codinomes do “departamento de propina” da Odebrecht

Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

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O técnico de informática Camilo Gornati, que prestou serviços para a Odebrecht, prestou depoimento ao juiz federal Sergio Moro nesta quarta-feira (22) e falou sobre os codinomes utilizados na intranet do “departamento de propinas” da empresa. Segundo o depoente, o dono da empreiteira, Emílio Odebrecht, utilizava o codinome “Gigo”, e o presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, usava “Giginho”.

Gornati era responsável pela administração dos logins e endereços de e-mail do departamento, que oficialmente era chamado de Departamento de Operações Estruturadas. Ainda segundo o técnico, o executivo Fernando Migliacio, preso na deflagração da Operação Xepa, usava o codinome Waterloo.

Na deflagração da Operação Xepa, o Ministério Público Federal (MPF) descobriu que a Odebrecht mantinha um departamento exclusivo para gerenciar o pagamento de propina por obras públicas obtidas pelo grupo. O técnico Camilo Gornati foi alvo de um mandato de condução coercitiva nessa fase da Lava Jato.

Gornati era um dos responsáveis pela manutenção do sistema Drousys, usado pela empresa para controle do “departamento da propina”. O sistema auxiliava no controle de pagamentos realizados para políticos e agentes públicos envolvidos na Lava Jato.

Armazenamento na Suíça

No depoimento dessa quarta-feira (22), o técnico afirmou, ainda, que o servidor responsável por armazenar as informações na intranet da Odebrecht ficava na Suíça, “por questões de segurança”. “O que me foi falado é que era mais seguro deixar na Suíça”, disse Gornati.

O sistema funcionou até meados de 2014, quando foi substituído por outro datacenter, também na Suíça, que teria operado até pelo menos abril deste ano, quando foi bloqueado por autoridades do país. A Lava Jato foi deflagrada em março de 2014.

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