Restando preservados apenas 12,5% da formação vegetal que um dia ocupou 1,3 milhão de km², atravessando 17 estados brasileiros e se estendendo também por Argentina e Paraguai, muito se fala na preservação dos remanescentes de Mata Atlântica. Mas qual a importância desse bioma para o Brasil?
Alguns números podem resumir o papel do bioma, um dos mais ricos e mais ameaçados do planeta. Segundo levantamento da ONG SOS Mata Atlântica, aproximadamente 40% de toda a biodiversidade da flora brasileira é endêmica da Mata Atlântica, ou seja, existe apenas nesse bioma. O estudo revela ainda que nessas florestas vivem 60% das espécies de animais ameaçados de extinção no país.
A grande variedade de espécies se deve aos vários ecossistemas que existem dentro do bioma. “A Mata Atlântica possui importantíssimos ecossistemas associados, caracterizados pela transição terrestre e marinha”, explica Marlon Prestes, responsável pelo Sistema de Informações Geográficas (SIG) da SPVS. “As restingas, os manguezais, os campos de altitude e a Floresta com Araucária (principal formação vegetal do Paraná), são exemplos de ecossistemas associados à Mata Atlântica”.
Além disso, 72% da população brasileira vive no território da Mata Atlântica, em cidades construídas onde antes havia florestas. Essas cidades são responsáveis por cerca de 70% do PIB brasileiro, com uma valiosa contribuição dos serviços ecossistêmicos prestados pela Mata Atlântica. As florestas regulam o fluxo dos mananciais, assegurando a água que abastece casas e indústrias; têm contribuição importante na manutenção da fertilidade do solo por meio da ciclagem de nutrientes, fundamental para o agronegócio; protegem encostas, evitando deslizamentos e também ajudam na regulação do clima e redução do impacto das mudanças climáticas. Outra atividade econômica que depende diretamente dos remanescentes da Mata Atlântica é o ecoturismo, ramo que mais cresce dentro dessa indústria, segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT).
Das pequenas vilas do interior às grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, grande parte do país se beneficia dos remanescentes da Mata Atlântica e todos são afetados pela progressiva destruição do bioma. Segundo o último “Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica”, realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pela Fundação SOS Mata Atlântica, foram derrubados 184 Km² de remanescentes entre 2014 e 2015. E o Paraná é o estado líder do ranking histórico de desmatamento, com 456 km² de Mata Atlântica derrubada desde o início do monitoramento feito pelo Atlas, em 1985. Essa devastação contribui diretamente para a perda dos serviços ecossistêmicos gerados pela Mata Atlântica.
*Artigo escrito pela equipe da OSC Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental – SPVS, parceira do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.
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