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Dan Brown contra a superpopulação

superpopulação

Você sabe que um assunto é polêmico quando vira tema de livro do Dan Brown, o amado e odiado autor de “O Código da Vinci”. Em seu mais recente livro, “Inferno”, o autor coloca seu herói, o simbologista de Harvard Robert Langdon, envolvido em um grande mistério com o poeta renascentista Dante Alighieri e uma possível peste/praga que vai acabar com a humanidade como a conhecemos. O grande vilão da história (e não estou estragando o livro para ninguém ao revelar isso) é um cientista que, preocupado com os problemas de superpopulação, toma para si a responsabilidade de resolver este problema. A missão de Langdon é impedir que isto aconteça. Tanto vilão quanto herói tem certeza de que suas ações vão salvar o mundo. Mas qual dos dois está certo?

Muito antes de Dan Brown se interessar pelo assunto, a superpopulação já era tema controverso, com ativistas debatendo o viés político, social, geográfico, econômico e outros tantos mais dessa questão. O autor apenas acrescentou a crítica literária – que, convenhamos, nunca é muito favorável à prosa do autor – a este rol de temas. Em uma entrevista para a BBC, Brown reforçou a ideia de que seu objetivo é entreter, e não ser um ativista. Ainda assim, ele admite: “A superpopulação é algo que me preocupa. Conversei com vários cientistas que também estão preocupados e passei a entender que esta é a questão que amarra todos os outros temas ambientais.” A sustentabilidade da raça humana seria, portanto, intimamente ligada ao seu ritmo de crescimento.

Com o objetivo de trazer o assunto para as grandes massas, Brown criou Zobrist, um geneticista que acredita que fenômenos como a Peste Negra – dizimou um terço da população mundial durante a Baixa Idade Média, são meios que a natureza encontra de manter o controle populacional. Para ele, manter a população em um nível estável é uma missão de vida. Do outro lado do ringue está Elizabeth Sinskey, diretora da Organização Mundial de Saúde, que convoca Langdon para ajuda-la a impedir que Zobrist tenha sucesso. Em vários momentos, contudo, o próprio simbologista, ao ver as multidões de turistas que se amontoam em Florença e Istambul – cidades em que o livro se passa – se pergunta se realmente o mundo já não chegou ao seu limite sustentável. A ONU estima que, em 2050, já estaremos perto dos 9,5 bilhões de pessoas. Até quando o planeta vai aguentar? Isto nem Robert Langdon, que já desafiou o Vaticano (e venceu!) pode nos responder.

*Artigo escrito por Lívia Lakomy, membro da Associação Mensa Brasil.

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