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Vivemos uma época em que o ritmo frenético do desenvolvimento tecnológico pode ser sedutor e empolgante, principalmente em sociedades que incentivam o consumismo. Nessa perspectiva, parece relativamente fácil ser convencido de que necessitamos possuir tudo que está sendo lançado no mercado e que torna a vida mais interessante.

As inovações tecnológicas, ao mesmo tempo que geram conforto, celeridade e desenvolvimento, podem propiciar um crescimento desenfreado e desencadear cenários que mereceriam despertar um alerta geral.  Várias dessas questões provocam impactos que tanto podem ser reversíveis como irreversíveis e geram mudanças temporárias ou permanentes na sociedade.  Considerando esta realidade, necessitamos o despertar de uma consciência de um caminhar para a sustentabilidade do planeta se nele quisermos continuar habitando. Entenda-se que não se pretende culpar o desenvolvimento tecnológico pelas mazelas que estão ocorrendo no planeta, mas o uso e aplicação que os seres humanos fazem da mesma. A premente necessidade em incorporar no cotidiano qualquer novidade que surge.

Considerando a situação mencionada, parece claro o porquê a cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável estabeleceu em setembro de 2015 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que compreende 17 Objetivos e 169 Metas.  Esta proposta estabelece uma Agenda a ser atingida até 2030 e compreende um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade. Qualquer ação preconizada pelas Nações Unidas visa buscar fortalecimento da paz universal com mais liberdade, e reconhece-se que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global ao desenvolvimento sustentável.

Os objetivos envolvem temáticas diversificadas, como erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, educação, igualdade de gênero, redução das desigualdades, energia, água e saneamento, padrões sustentáveis de produção e de consumo, mudança do clima, cidades sustentáveis, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura e industrialização, governança, e meios de implementação. As temáticas anteriormente mencionadas precisam ser levadas em consideração em todas as esferas de atividade humana: cultural, educacional, física, política, profissional, religiosa, social e outras quaisquer.

Sustentabilidade vem sendo atrelada na maioria das vezes a questões ambientais, pois foi em eventos sobre meio ambiente que o termo foi utilizado e popularizado.  No entanto, entenda-se aqui o desenvolvimento sustentável com a integração das dimensões: ambiental, cultural, econômica, espacial e social. Considerando que algumas dessas dimensões parecem competir entre si e serem impraticáveis de se complementarem, então fica o desafio para as mudanças fundamentais a serem acatadas. Essas alterações de comportamento, não obstante a dificuldade aparente, com empenho e boa vontade podem ser implementadas.

Nessa perspectiva, a questão da sustentabilidade eclode como uma probabilidade forte para reestruturar a vida no planeta e contemporizar a nossa permanência que tem sido cada vez mais danosa. Questões e situações que parecem insolúveis podem ser minimizadas com o uso e potencializadas na sua conservação, maximizando o uso e estabelecendo prioridades; resumindo, “menos é mais”. No outro extremo deste vértice podemos encontrar os alarmistas, que ao não encontrarem solução para os problemas, apontam para a realidade de que a raça humana está fadada a perecer em um futuro não tão distante.

*Artigo escrito por Sonia Ana Charchut Leszczynski, Chefe do Departamento de Educação junto à Pró-reitoria de Graduação e Educação Profissional da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, pertencente ao Núcleo de Instituições de Ensino Superior (NIES) do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE). O Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial – CPCE é colaborador voluntário do blog Giro Sustentável.

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