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Você achou o chafariz de Ibitinga bizarro? Curitiba está fazendo pior

Atualmente, um tapume supostamente protege a casa de invasões. A imagem é de junho de 2014 (FOTO: Bibliotecas do Brasil) (Foto: )
Tapume na frente da Casa Kozák

Atualmente, um tapume supostamente protege a casa de invasões. A imagem é de junho de 2014 (FOTO: Bibliotecas do Brasil)

Tudo é risos e brincadeiras quando pensamos na desastrada reforma do chafariz de Ibitinga.

Mas tem coisa muito pior acontecendo em Curitiba.

O blog Bibliotecas do Brasil tem acompanhado o abandono da Casa Kozák, patrimônio e testemunho histórico de Curitiba e, até há pouco menos de cinco anos, espaço cultural e biblioteca pública dos moradores do Uberaba.

A casa onde morou Vladimir Kozák, o primeiro cineasta a filmar os índios paranaenses, está se deteriorando. Vinha sendo usada como mocó de usuários de crack, inclusive.

A Prefeitura de Curitiba parece desconhecer o fato, inclusive: em seu site, a casa aparece como se estivesse em funcionamento.

A prefeitura, recentemente, colocou um tapume para proteger o local, mas a editora do blog Bibliotecas do Brasil, Daniele Carneiro, disse que há evidências de que as invasões continuam, apesar da promessa de policiamento constante com a Guarda Municipal.

Os objetos que pertenciam ao cineasta nascido na República Checa estão no Museu Paranaense, mas alguns objetos foram deixados para trás. Particularmente o veículo que Kozák usava em suas expedições.

A responsabilidade pelo imóvel fica num jogo de empura-empurra entre poder municipal e estadual e questões jurídicas melhor detalhadas nos posts do Bibliotecas do Brasil.

A mim, pessoalmente, não interessa de quem é a responsabilidade: apenas que se resolva a questão. A coisa está ficando bem mais feia que o chafariz de Ibitinga, que, a julgar pela opinião de alguns de meus leitores de gosto duvidoso e menos preocupados com preservação de características históricas, ao menos lembra uma obra da Disney.

Todas as imagens abaixo foram retiradas do Bibliotecas do Brasil e foram feitas por Roberto Carneiro, são de 14 de maio de 2014, mas desde esta data pouco mais foi feito para melhoras além do tapume, segundo a editora Daniele Carneiro:

Casa KozákDetalhe do terreno da casa: a Rural Willis, de Kozák, parece irrecuperável. Ajuda, Luciano!

Placa do tempo em que a casa funcionava como biblioteca e atendia o público do Uberaba. Não parece que há intenção de que isso volte a acontecer tão cedo.

Da próxima vez que você vir uma homenagem como essa, em forma de placa, reavalie o modo como os governadores, deputados, prefeitos e vereadores costumam descerrá-las com gestos cheios de pompa e salamaleques.

Fotos deixadas para trás. A quem pertence isto? Ao município? Ao estado? Enquanto o poder público tenta descobrir, elas se deterioram.

Objetos que o Museu Paranaense avaliou como indignos de estarem sob sua guarda.

Estantes que poderiam estar servindo ao público do Uberaba.

O que sai mais em conta? Recuperar ou preservar?

Objetos deixados por pessoas que usaram a casa de Kozák como abrigo.

Quando a destruição é rápida, é vandalismo. Quando é lenta, eu chamo de política.

Mais uma lembrança do tempo em que a Casa Kozák era uma biblioteca e não uma filial da FAS.

Objetos dos potenciais usuários da Casa Kozák.

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