Bebidas
Balanço: os seis grandes vinhos de 2013
Chega o final do ano, damos uma balanço nos melhores vinhos bebidos e pensamos nas tendências para 2014. O que será mais relevante? Confesso que provei alguns milhares de amostras, a grande maioria às cegas. Dentre todos, algumas centenas de grandes vinhos.
Na página ao lado, listei seis rótulos dos mais representativos que bebi, dentre os que estão no mercado, com preço acessível (ainda que em alguns casos, caro), mas sobretudo são excelentes custo-benefício na sua categoria. Com outro cuidado: seguir a variedade e ordem do serviço de uma grande refeição: Champagne, branco, tinto e Porto.
No estilo, os vinhos continuarão na saudável moda de fruta limpa, madura, fresca, intensa mas sem peso, menos carga de madeira e de extração, e maior aprimoramento enológico, mais redondos e mais sofisticados desde o nascimento.
No mundo real do vinho, ou seja, no exterior, os preços dos rótulos sonantes pararam de subir e até esboçaram queda. Isso ocorreu pela primeira vez desde que explodiram, partir do fim da década de 1980. O mercado estratosférico esfriou na China e em outros focos onde havia demanda efervescente. Nos demais vinhos, também as notícias foram boas, no mundo real. Mercado mais seletivo, preços estáveis e qualidade mais apurada. Dentre os vinhos novos, em 2014 teremos as safras 2012 e 2013. Ficam devendo para os míticos anos de 2009 e 2010, no geral – uma ou outra região comportou-se de forma assimétrica. Mas tem coisas excelentes. Como nunca, saber escolher será regra de ouro.
No Brasil, dá-se o contrário. Os preços subiram vertiginosamente ao consumidor final. Não só pela desvalorização do real, mas sobretudo pela substituição tributária, instituída pelo governo do Estado (e de outros estados), numa sanha arrecadatória de deixar rubro o famoso monarca tirano João sem Terra. Esse sistema gerou um efeito deletério sobre o mercado do vinho e da restauração, e já está começando a destruir a conquista de centenas e centenas, quiçá milhares de bons empregos que haviam sido criados no Paraná. A contabilidade no fim do ano poderá revelar baixas. Em troca do quê? Do fisco supostamente arrecadar mais alguns trocos para suas burras furadas. Talvez nem isso, pois o freio na atividade econômica pela sanha arrecadatória acaba diminuindo os negócios e arruinando a própria arrecadação. Seria excelente se o governador Beto Richa pudesse revogar em 2014 essa nefasta medida. Subiria no conceito da população, sem dúvida, e teríamos algo de muito bom a brindar no fim de 2014.
O debate em 2014 deve focar muita na questão preço. No exterior, por parte dos produtores: preocupados com a baixa. No Brasil, infelizmente, tudo ao contrário, por parte dos consumidores: preocupados com a alta, face a derramas fiscais, burocracia enlouquecedora, e câmbio.
Desejo aos leitores boas e relaxantes férias. Com vinhos casuais, amigáveis, refrescantes e estimulantes para começar no verão. E, ano a seguir, que 2014 traga os melhores vinhos de sempre !
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Seis rótulos irresistíveis:
Taylor’s Vintage Port 2011 Tipo de vinho: Porto Produtor: Taylor’s Safra: 2011 Região: PortugalNota: 98 Veja mais
Zuccardi Zeta 2009 Tipo de vinho: Tinto Produtor: Familia Zuccardi Safra: 2009 Região: ArgentinaNota: 95 Veja mais
Dom Pérignon 2004 Tipo de vinho: Champagne Produtor: Dom Pérignon Safra: 2004 Região: FrançaNota: 94+ Veja mais
Vinha Formal Luis Pato 2009 Tipo de vinho: Branco Produtor: Luis Pato Safra: 2009 Região: PortugalNota: 92 Veja mais