Quase aos 45 minutos do segundo tempo, o Olhar de Cinema driblou a crise financeira – que para projetos culturais significa ausência de patrocínio – e conseguiu programar sua quarta edição, surpreendentemente maior do que as anteriores.
O festival irá exibir 92 filmes de 32 países entre os dias 10 e 18 de junho, agora em cinco salas: três no Shopping Crystal e duas no Shopping Curitiba.
Palestras e oficinas também estão na programação
Entre as novidades da quarta edição do festival está o Mercado de Cinema de Curitiba, que abrange atividades de formação, oficinas, workshops, palestras e estudos de caso
Leia a matéria completaO filme de abertura será o português Rabo de Peixe (2003), de Joaquim Pinto e Nuno Leonel. Os ingressos, a R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada), começam a ser vendidos no dia 3 do mês que vem, nos locais de exibição. “O festival conquistou respeitabilidade, público e boa repercussão na mídia. Por isso, se perdemos parceiros por causa da conjuntura econômica, criar outros foi natural porque temos o que mostrar”, disse Aly Muritiba, um dos sócios da Grafo Audiovisual, empresa realizadora do evento.
Em 2014, 16 mil pessoas assistiram aos filmes do festival, que durou dez dias.
O cineasta também usou a coletiva de imprensa realizada ontem para manifestar repúdio à ação da PM contra professores, no dia 29 de abril. “Esperamos que o secretário de segurança pública e o governador do estado sejam criminalizados pelo que aconteceu.”
A curadoria – são sete cineastas e cinéfilos envolvidos – assistiu a 2,3 mil filmes desde agosto de 2014. “Acaba um festival e já pensamos no outro”, disse Antônio Junior, diretor artístico do evento.
Festival
De 10 a 18 de junho. Espaço Itaú de Cinema (Shopping Crystal) e Shopping Curitiba. Ingressos a R$ 6 e R$ 3 à venda a partir do dia 3 de junho. Horários das sessões a partir de 18 de maio.
Não há um tema central que una as obras, divididas em oito mostras, que vão de filmes experimentais (Outros Olhares), passam pela produção local (Mirada Paranaense) e contemplam obras históricos (Olhares Clássicos).
“Estamos nos permitindo trabalhar com certa leveza. É a linha mestra da edição, que apresenta temas contemporâneos e até comédias”, observa Muritiba, diretor de A Fábrica, curta-metragem pré-selecionado ao Oscar de 2013.
Além do apreço pela curadoria, o festival continua a investir em ações paralelas, para difundir o cinema e o próprio evento.
Neste ano, o curador da seleção de curtas-metragens foi o francês Bernard Payen, programador da Cinemateca Francesa e chefe do comitê de curtas-metragens da Semana da Crítica (mostra paralela ao Festival de Cannes) entre 2013 e 2014.
Ações como sessões abertas a alunos de escolas públicas e pessoas atendidas pela Fundação Social de Curitiba, também estão previstas.
Após o sucesso do Fidé e da realização do Festival de Cinema Europeu – que exibe 14 filmes na Cinemateca até domingo (10) –, o Olhar de Cinema será a alternativa para fugir dos blockbusters “predatórios”.
“A demanda reflete a carência que temos desse tipo de filme. Ainda falta uma programação constante”, diz Junior.
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