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Weber e Natália Lage em cena. Peça também conta com participações de Maureen Miranda e Luiza Mariani no elenco | Murilo Hauser / Divulgação
Weber e Natália Lage em cena. Peça também conta com participações de Maureen Miranda e Luiza Mariani no elenco| Foto: Murilo Hauser / Divulgação

Fringe

Confira as apostas de hoje na mostra paralela:

Mínimo Contato

Espaço Dois (R. Comendador Macedo, 431), (41)3362-6224. Com a Cia Dezoito Zero Um. Texto: Alexandre França. Dias 2 e 3, às 16h; e 4, às 22h. R$ 20 e R$ 10 (meia).

Música para Cortar os Pulsos

Teatro Novelas Curitibanas. Rua Carlos Cavalcanti, 1.222-São Francisco. (41) 3321-3358. Direção: Rafael Gomes. Com a Cia Empório de Teatro Sortido. Classificação indicativa: 12 anos. Dias 2 e 3, às 19h. R$ 20 e R$ 10 (meia).

Namorados da Catedral Bêbada

Teatro HSBC (Av. Luiz Xavier, 11), (41) 3232-7177. Direção: Francisco Carlos. Dias 2, às 18h; e 3, às 21h. R$ 40 e R$ 20 (meia).

Os 3 Espelhos

Espaço Dois (R. Comendador Macedo, 431), (41)-6224. Direção: Maureen Miranda. Com a Clepsidra Cia de Arte. Dias 2, 19h; 3, às 22h; e 4, às 19h. R$ 20 e R$ 10 (meia).

Sexo

Teatro Cleón Jacques (R. Mateus Leme, 4.700), (41) 3313-2102. Com a Cia de Belo Horizonte Pierrot Lunar. Dias 2,14h; 3, às 21h; e 4, às 17h. R$ 20 e R$ 10 (meia).

Stand-up

Curitiba Comedy Club (Av. Mateus Leme, 2.467 – Centro Cívico), (41) 3018-0474. Com Murilo Gun. Dia 2, às 21h. R$ 50 e R$ 25(meia). Ingressos à venda nas bilheterias do Festival de Curitiba.

GUIA GAZETA DO POVO

O Guia Gazeta do Povo selecionou programas imperdíveis para você fazer na cidade logo após ver uma peça durante o Festival de Curitiba. Que tal esticar a noite com um jantar romântico, uma balada ou um barzinho para tomar aquela cerveja gelada com os amigos?! Assista ao vídeo e veja as dicas

Além de ser uma mídia que carrega registros sonoros, uma fita cassete também é um belo marcador de tempo. O botão do gravador subiu no meio de uma conversa que acontecia no lobby do Teatro Bom Jesus. "É a primeira vez que você vira a fita?", pergunta Felipe Hirsch durante a entrevista exclusiva à Gazeta do Povo. Sim, era a primeira vez. "Sério que só estamos conversando há meia hora? Já falei tanta coisa...", continuou. Só não sabíamos que era uma fita de 120 minutos, com uma hora de cada lado. O tempo correu fragmentado como em uma peça da Sutil Companhia.

O tema central da conversa era a pré-estreia de Trilhas Sonoras de Amor Perdidas (confira o serviço completo), que acontece hoje no Festival de Curitiba, já há algumas semanas com os ingressos de suas duas sessões esgotados. A inesperada notícia da segunda parte da trilogia Som & Fúria, iniciada em 2000 com A Vida é Cheia de Som e Fúria, é uma das grandes surpresas deste ano.

Saiba tudo sobre os espetáculos da Mostra Principal 2011 do Festival de Curitiba

Considerada um dos grandes fenômenos recentes do teatro brasileiro, A Vida é Cheia... é inspirada no livro Alta Fidelidade, do escritor britânico Nick Hornby, foi responsável por apresentar o teatro a um público completamente diferente. Um não público de teatro. Justamente por isso, ela alavancou a carreira de Hirsch, do ator Guilherme Weber e ajudou a transformar a Sutil Cia. em referência de teatro nacional.

Relação com a música

A fórmula utilizada por Hirsch há 11 anos mexe com sentimentos e sensações do público por meio da relação íntima e individual com a música. Ele partiu da história do dono de uma loja de discos viciado em listas, para criar uma avalanche de emoções juvenis com a "mesma energia de um show de rock", como dizem por aí.

Mas, se A Vida É Cheia... inicia uma discussão a partir do universo de uma loja de discos e a coleção pessoal de seu protagonista, Trilhas Sonoras... foca somente no detalhe da fita cassete. A fragilidade de uma playlist de amor representada pela intimidade aberta por Hirsch no roteiro escrito em quatro meses. Em vários momentos da entrevista, houve falas e citações da peça.

Enquanto isso, o ator Guilherme Weber buscava a melhor marcação no palco para as fotos do material de divulgação. Ele interpreta o jornalista e radialista que coleciona mixtapes e suas histórias de amor. "Vamos sentar neste sofá e fazer a cena que eu falo da Estação Primeira?", pergunta o ator a sua companheira de peça, a atriz Natália Lage. A lendária rádio curitibana Estação Primeira? Sim, a peça utiliza Curitiba como cenário e apresenta algumas referências como a citada pelo ator. Você pode descobrir um pouco mais sobre este novo passo na carreira da Sutil, nas palavras do próprio dramaturgo e diretor. Leia a seguir os principais momentos da conversa com Felipe Hirsch:

Ideia

"Quem vem esperando um Som e Fúria 2 é um pouco inocente. Isso não existe e eu deixei claro desde o começo. Em nenhum momento a história continua, não é o mesmo personagem, mas é um espetáculo sobre música... e relações amorosas. Tem uma questão central que, ao mesmo tempo, é bem abrangente; são as mixtapes (fitas caseiras com várias músicas de artistas diferentes). Material meu coletado por dez anos que me interessou desde sempre. Li um texto muito bonito sobre isso do Thurston Moore [guitarrista da banda Sonic Youth] e, a partir desse livro, dos relatos que ele coleciona lá, eu comecei a coletar esse tipo de material. Milhares de fitas minhas e de amigos... com suas histórias. A peça é uma mixtape. Uma grande colagem. e como esse processo é feito manualmente, foi uma adaptação dramatúrgica bem difícil."

Intimidade

"Toda minha relação com o ‘ver’ e ‘apreciar’ sempre foi muito mais forte do que ‘fazer’. Eu falo isso nessa peça. Falo muita coisa sobre mim nela... tanto quanto falo sobre você e de todas as outras pessoas. Gosto de observar e perceber– tipo um ilusionista charlatão que percebe pontos fracos ou fortes das pessoas, que podem ser tocados de uma maneira sensível no palco. Isso acontece muito nela. Personagens refletem pontos pessoais de muita gente. Dançar sozinho no quarto escutando música, por exemplo. De um tempo para cá, eu me fragilizei muito diante de alguns espetáculos como Pterodátilos e Trilhas Sonoras... Chega um momento da vida em que você não tem mais ansiedade por realizar, você vai pela paixão. Aí, tem que ser sincero e aberto o tempo todo. Tem uma frase do Leonard Cohen que eu uso na peça que é exatamente o que eu estou falando: ‘Se falharem todos os sentidos, você não será mais capaz de mensurar nada’. Existia uma época em que a gente conseguia mensurar as coisas, agora não dá mais. Você tem que se deixar levar. O instinto e a emoção cresceram mais no meu trabalho de um tempo pra cá. E isso, claro, me expôs mais e se tornou um campo mais perigoso. Neste aspecto, este espetáculo é muito mais pessoal do que ...Som e Fúria."

Curitiba

"A peça se passa em Curitiba e existe uma coincidência de datas. Ela acontece entre as décadas de 80 e 90. Mas isso é fundamental na montagem? Não sei. Não me preocupei para que a relação com Curitiba seja definidora de algum caráter da peça. Porém, acredito que as pessoas estão sempre ligadas nos detalhes. Por exemplo, a capa do disco Screamadelica [lançado pela banda escocesa Primal Scream, em 1991] no palco diz muita coisa. Alguns lugares que os personagens frequentam, algumas ruas, coincidem com o que a gente conhece (...) Amo essa cidade a ponto de montar uma peça sobre ela."

Serviço:

Trilhas Sonoras de Amor Perdidas (confira o serviço completo). Teatro Bom Jesus (Rua 24 de Maio, 135, Centro). Dias 2 e 3 de abril, às 21 horas. Ingressos esgotados.

Confira a programação da Mostra Principal 2011 do Festival de Curitiba também pelo seu iPhone e iPad, baixe o app da Gazeta do Povo gratuitamente na Apple Store. Se você já possui nosso app, basta fazer o download da edição do dia e ir à editoria do Caderno G.

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