O vereador de Curitiba e advogado Renato Freitas (PT) foi detido no início da noite desta sexta-feira (23) pela Guarda Municipal. Um vídeo publicado em uma rede social do vereador (veja abaixo) mostra o parlamentar no chão, sendo imobilizado por cinco agentes da Guarda Municipal, na Praça Rui Barbosa, região central.
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Ao lado do vídeo, a equipe do vereador disse que Freitas foi detido "com truculência" e levado para a Central de Flagrantes do bairro Portão. De acordo com o Partido dos Trabalhadores (PT) - versão que Freitas também corroborou mais tarde -, a prisão ocorreu enquanto o vereador participava de uma mobilização de convocação para o ato "Fora Bolsonaro", que acontece neste sábado (24). “Houve a provocação de um bolsonarista. Acabou tenho um conflito. E a Guarda Municipal fez uma perseguição implacável contra o nosso vereador”, disse o ex-deputado federal Angelo Vanhoni, presidente do PT de Curitiba.
Por volta das 21 horas de sexta-feira, já ao lado do seu advogado, André Passos, o vereador falou à imprensa sobre o episódio. "Eu estava gritando “fora Bolsonaro” com o meu megafone. Nisso, ele voou para pegar meu megafone e eu fui para trás. Depois, ele me deu um chute. Tive uma reação automática [de defesa] e o megafone acabou atingindo o rosto dele. E eu acabei sendo tratado [pela Guarda Municipal] como o agressor", disse Freitas.
Em nota enviada à Gazeta do Povo, a Guarda Municipal informa que o vereador foi detido "após agredir um homem na manifestação". A corporação diz ainda que ele foi convidado a acompanhar os guardas até a Central de Flagrantes, mas que resistiu. A nota informa ainda que agora caberá à Polícia Civil investigar o caso.
O vereador disse que ficou cerca de três horas detido e que abriu um boletim de ocorrência contra o homem que o teria impedido de continuar a manifestação.
Notas de repúdio
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná divulgou uma nota na qual repudia o que considera uma "conduta desproporcional" por parte da Guarda Municipal: "Imperioso frisar, mais uma vez, que as autoridades policiais devem cumprir seu dever sempre a serviço da população, de forma proporcional, orientadas pelos limites impostos pela Constituição Federal, pelos códigos de conduta das corporações, pela razoabilidade e jamais atuar em desrespeito à dignidade dos cidadãos".
"Desta forma, em razão dos reiterados episódios de violação aos Direitos Fundamentais como os vivenciados ao longo dessa semana, a OAB Paraná espera dos órgãos responsáveis, além da punição das arbitrariedades e excessos, a adoção de medidas preventivas para coibir o uso excessivo da força e evitar a sistemática ofensa às leis, princípios e valores do Estado de Direito, assegurando a manutenção das liberdades democráticas", continua a nota da entidade.
Também em nota de repúdio, o deputado estadual Arilson Chiorato, presidente do PT do Paraná, e o ex-deputado federal Angelo Vanhoni, presidente do PT de Curitiba, escrevem que houve "mais uma ação irregular e preconceituosa das forças de segurança pública contra o vereador do PT". "Até quando vamos sofrer tamanha humilhação e violência? Até quando esse regime de exceção vai existir? Basta!", protestam os dirigentes.
Em 4 de junho, Freitas já tinha sido detido, na Praça 29 de Março, pela Polícia Militar. Em um vídeo postado nas redes sociais do vereador, os policiais aparecem dando voz de prisão a ele e também a outro homem. Segundo Freitas, eles estavam jogando basquete na cancha da praça com uma caixa de som. Policiais militares anunciam a voz de prisão a um homem por perturbação de sossego a também ao parlamentar por “atrapalhar o trabalho da polícia”.
Veja a postagem feita pela equipe do vereador Renato Freitas:
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