Oitenta países devem assinar no final desta semana a atualização de um acordo comercial para eliminar tarifas de importação de mais de 200 produtos de tecnologia, de videogames a semicondutores.
Trata-se da primeira grande negociação para corte de tarifas na OMC (Organização Mundial do Comércio) em 18 anos. O Brasil está fora do tratado internacional de tecnologia da informação (ITA).
Entre os signatários, que representam 97% do comércio mundial de produtos de tecnologia da informação, estão Estados Unidos, China, Coreia do Sul e União Europeia.
No sábado (18), os EUA fizeram algumas concessões à China que impediam um acordo. A extensão do tratado é discutida há anos. A negociação com a China havia sido suspensa em 2013, mas foi retomada em novembro.
“Estamos muito otimistas de que chegaremos a um acordo bem-sucedido no final da próxima semana. Temos a base para um acordo”, disse o diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, via Twitter, no sábado.
O comércio mundial de produtos de tecnologia da informação movimenta cerca de US$ 4 trilhões por ano. Com a atualização do acordo, cerca de US$ 1 trilhão em tarifas seriam eliminados.
Brasil isolado
O presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), José Augusto de Castro, diz que a ausência do Brasil em um acordo que envolve 80 nações, num setor com alto potencial de crescimento nas transações, reforça o isolamento do país no comércio internacional.
“Ou nos integramos ao mundo ou o Brasil ficará cada vez mais à parte”, afirmou.
Segundo ele, o país não pode pensar apenas na proteção de sua indústria, que já tem na taxa de câmbio atual uma barreira à invasão de importados, e deve considerar que o isolamento comercial também afeta a competitividade de outros setores.
Já o presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Humberto Barbato, defende a posição brasileira. “Nunca quisemos participar do ITA. Se isso acontecesse, praticamente não teríamos mais indústria eletroeletrônica no país”, diz ele, ao destacar os baixos preços dos itens chineses, os altos custos de produção no Brasil e o câmbio valorizado dos últimos anos.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião