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Contêineres se transformam em hostel sustentável na fronteira

Quinze contêinerres foram usados para construir quartos, cozinha e até a piscina do Tetris: reaproveitamento do material é apenas uma das preocupações ambientais | Christian Rizzi/Gazeta do Povo
Quinze contêinerres foram usados para construir quartos, cozinha e até a piscina do Tetris: reaproveitamento do material é apenas uma das preocupações ambientais (Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo)

Os contêineres são usados em todo o mundo para o transporte de cargas, seja pelo mar ou pelos trilhos. Mas em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, as caixas de metal ganharam uma nova utilidade: serviram de estrutura para o primeiro hostel do Brasil – e o maior do mundo – construído com este tipo de material.

Localizado no corredor turístico da cidade, o Tetris – uma homenagem ao famoso (e viciante) game de empilhar e encaixar peças – conta com 15 contêineres que foram adaptados e transformados em cômodos como quartos, uma ampla cozinha compartilhada e até mesmo a piscina para os hóspedes se refrescarem. "A ideia foi realmente mostrar esse reaproveitamento. Fizemos questão de deixar aparecendo pequenas imperfeições e amassados para todos saberem a origem das peças", destacou Ricardo Nisiide, gerente geral do hotel.

Inaugurado em dezembro, o hostel está operando com 30% de sua capacidade total, que deve chegar a de 70 hóspedes até abril, prazo previsto para o término das obras e adequações. Ao todo serão dez quartos: cinco privativos e cinco coletivos, que terão tamanhos diferenciados para comportar entre quatro e 12 pessoas cada.

Todos os quartos oferecem ar-condicionado, iluminação e tomadas individuais. Os banheiros dos quartos privativos possuem cabines individuais de chuveiro, sanitário e pia. Além disso, entre as comodidades oferecidas está um lounge compartilhado, varanda, jardim interno, depósito para bagagem e um bar na área de lazer. O estacionamento é gratuito.

Por se tratar de um hostel-conceito, as diárias são um pouco mais caras que as de albergues tradicionais, com estadias custando entre R$ 45 (quarto coletivo) e R$ 120 (quarto privativo). Além de servir como meio de hospedagem, outra intenção do hostel é promover atividades culturais, musicais, gastronômicas e artísticas, envolvendo não apenas os hóspedes como também o público local.

Preocupação ambiental

O conceito de sustentabilidade é um grande diferencial do hostel. Todo o projeto foi construído levando em consideração alternativas para reduzir os impactos ambientais. Além dos próprios contêineres utilizados para dar forma ao empreendimento, o reaproveitamento de materiais está presente em grande parte do mobiliário e da decoração.

As medidas vão desde as mais simples – como a transformação de caixas de fruta em prateleiras e de carretéis de madeira em mesas do lounge – até soluções mais complexas, como o sistema de tratamento de esgoto realizado por meio de um sistema eco-friendly, em que plantas fazem a filtragem da água que, na sequência, é usada para regar os jardins.

Além disso, a água da chuva é captada por meio de uma cisterna de 15 mil litros de capacidade e direcionada para as descargas dos banheiros; o telhado verde reduz a temperatura interna e a piscina é aquecida por meio de placas solares. Outra novidade é o piso drenante na parte externa, que evita o acúmulo de água e possibilita que ela seja escoada mais rapidamente aos lençóis freáticos. Quem visita o local também não imagina que a lã extraída de cerca de 110 mil garrafas pet faz parte do isolamento termoacústico dos ambientes.

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