À primeira vista, pimentas, bombons e películas automotivas nada têm em comum. Mas, para um empreendedor nato, todos são sinônimos de negócio. Aos oito anos, o paranaense Anderson Rodrigues já queria a própria empresa. Aos 16, saiu de seu primeiro emprego com R$ 500 e escolheu fazer de centenas, milhões. Hoje, passada quase uma década, ele é o nome por trás da Wingard, uma das maiores importadoras de películas automotivas do país e referência em serviços para classe A.
Prestes a inaugurar quatro lojas na capital paulista e com outras em vista em cidades como Florianópolis e Balneário Camboriú, a empresa prevê crescimento de 60% até o fim de 2015 e mantém a confiança enquanto outros empresários recuam diante da crise. “Todos os dias penso que preciso ganhar pelo menos um dólar a mais que ontem. Não importa se tenho dez ou vinte mil, só preciso de vinte mil e um”, diz o empresário, nascido em Barbosa Ferraz, no interior do estado.
A empresa começou quando, ao deixar a vaga de menor aprendiz em uma loja de películas automotivas, Anderson usou o dinheiro da rescisão para comprar rolos de películas e oferecer os produtos em lojas especializadas, transportando-os debaixo do braço, de ônibus.
Com 100% reinvestido, em pouco tempo os R$ 500 viraram R$ 30 mil. Mas ainda não era suficiente. Já com sua primeira sede física, conquistada com a ajuda d,o pai, o jovem empresário passou a divulgar a empresa na internet e viu que seu alcance ia além da região.
Foi então que decidiu aventurar-se na importação. Desanimado com a margem de lucro, nunca tão boa quanto a de seus concorrentes, Anderson vivenciou uma reviravolta em 2008, quando uma operação da Receita Federal revelou sonegação de impostos das maiores empresas do segmento. Com a concorrência paralisada, sua empresa ganhou o mercado. “Foi o ano em que mais cresci na minha vida”, lembra.
Expansão
A expansão da marca começou com a inauguração de uma loja conceito com a qual, além de fornecedora, a Wingard passaria a prestar o serviço direto para o público de classe A. Era o início de um plano de franquia. “Eu pensava que só funcionava com perfumes ou chocolates, até que vi franquias estrangeiras com centenas de lojas do segmento”.
Duas feiras de franchising, R$ 270 mil e dez mil cadastros depois, nenhuma franquia havia sido vendida. Foi então que o empresário decidiu parar e replanejar sua expansão com estratégias de longo prazo e encontrou a solução com pontos de venda em concessionárias, atualmente cerca de 50, com os quais a marca garante maior capilaridade a menor custo. “Vamos manter lojas conceito em lugares estratégicos. Queremos 350 lojas no país até 2025”, diz o empresário.