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Impulsionada pela agroindústria, Região Metropolitana de Maringá foi a que mais gerou empregos entre janeiro e julho deste ano | Daniel Castellano/Gazeta do Povo/Arquivo
Impulsionada pela agroindústria, Região Metropolitana de Maringá foi a que mais gerou empregos entre janeiro e julho deste ano| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo/Arquivo

De janeiro a junho deste ano, das três grandes regiões metropolitanas do Paraná, Curitiba e Londrina perderam juntas quase 16 mil postos de trabalho. Na contramão dos saldos negativos, a região de Maringá gerou 650 empregos no período, a maioria deles nos setores de indústria e serviços.

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Este fenômeno registado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) tem uma explicação. Segundo o diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Julio Suzuki, como a indústria de Maringá está focada na produção de alimentos para exportação, o cenário é benéfico por conta da alta do dólar, favorável a quem vende para fora. Julio acrescenta que, nesse contexto, o setor de serviços pode ser um bom impulsionador da agroindústria e, uma vez vinculado a ela, também tende a empregar mais.

Para a professora de economia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Katy Maia, além de refletir os respingos da crise, os dados reforçam a vocação econômica de cada região metropolitana.“Londrina, por exemplo, tem um setor de serviços forte, que, não por acaso, foi um dos poucos que geraram empregos”, justifica.

Mas, os saldos positivos da região de Londrina não se restringem ao setor de serviços, que criou 339 vagas. A agropecuária ganhou 262 novos empregos e a construção, 23. De acordo com Julio, essa alta no campo tem as mesmas raízes dos bons índices da agroindústria em Maringá: o contexto cambial favorável a exportações. Já na construção civil, o aumento não é considerado alto e segue o desalento do mercado imobiliário.

Desaceleração imobiliária atinge forte

Conforme explica o professor de Economia da PUC-PR Wilhelm Meiners, por ser maior, a região de Curitiba sentiu mais o fim do boom do mercado imobiliário. A capital paranaense e suas imediações perderam 689 empregos na construção em decorrência da queda do poder aquisitivo do brasileiro bem como da redução da oferta de crédito e de programas populares de habitação. No interior, a blindagem do agronegócio exportador, embora tenha aquecido a economia , não impediu que os números deste setor também caíssem um pouco.

Indústria prejudica principais regiões metropolitanas

Apesar dos bons números da agroindústria de Maringá, a queda de vagas no setor industrial é o problema que mais tem contribuído para o desemprego nas principais regiões metropolitanas do estado, segundo o Caged. De acordo com o economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) Roberto Zurcher, as regiões metropolitanas de Curitiba e Londrina possuem patamares similares de industrialização e oferecem produtos de valores mais altos, sobretudo, vinculados ao setor de metal-mecânico. Como o poder de compra da população caiu, esse tipo de indústria foi um dos primeiros a sofrer cortes. “A pessoa pode deixar de comprar um carro, mas não deixa de comer”, exemplifica.

Roberto enxerga com otimismo os bons índices da agroindústria e acredita que o setor continuará crescendo. Em contrapartida, lamenta a queda nos demais cenários e diz acreditar que a retomada deve demorar um pouco. “Ainda não vejo perspectiva para o resgate do consumo que tínhamos três anos atrás”, lamenta.

Agropecuária em Curitiba

A região metropolitana de Curitiba, que foi a única a ter perdas nos principais setores elencados pelo Caged (indústria, construção, serviços, comércio e agropecuária), sofreu um impacto negativo de 215 empregos no campo. Segundo especialistas, isso se deveu ao fato de a localidade possuir uma produção rural pouco voltada para exportações, ao contrário de Maringá.

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