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Indústria

Inepar é engolida por dívida de R$ 2 bilhões

Casa da IT Inepar Triunfo na CIC: negócio prossegue mesmo com pedido de recuperação | Marcos Borges/Gazeta do Povo
Casa da IT Inepar Triunfo na CIC: negócio prossegue mesmo com pedido de recuperação (Foto: Marcos Borges/Gazeta do Povo)

O declínio da Inepar ganhou um novo capítulo no fim de agosto. A empresa, que já foi uma das maiores do Paraná e apareceu entre as mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), pediu recuperação judicial – processo que, se aceito pela Justiça, pode ser sua última chance de salvação.

INFOGRÁFICO: Veja os resultados financeiros da Inepar

Fundada em 1953 em Curitiba e hoje sediada em Araraquara (SP), a Inepar deve R$ 2 bilhões, quase o dobro de seu faturamento anual. O principal credor, com estimados R$ 850 milhões a receber, é o BNDES, que também é dono de 4,5% da Inepar Indústria e Construções, holding que reúne as atividades operacionais do grupo.

A dívida começou depois de um acelerado processo de diversificação de atividades na década de 1990, que duplicou estruturas e inflou despesas com pessoal e logística. Para acionistas minoritários, erros de gestão também colaboraram para a deterioração da saúde financeira da empresa. A situação se agravou mais recentemente, com a queda nas encomendas de máquinas e equipamentos, em especial na área de óleo e gás, responsável por mais da metade do faturamento do grupo, que também presta serviços e fabrica equipamentos para os setores elétrico e de transporte ferroviário.

Em queda há três anos, a receita líquida da Inepar baixou do pico de R$ 1,54 bilhão, em 2011, para R$ 1,07 bilhão no ano passado. De janeiro a junho deste ano, a empresa faturou R$ 460 milhões, 27% menos que no mesmo período de 2013. Ao mesmo tempo, o prejuízo aumenta: foram R$ 188 milhões no ano passado e R$ 184 milhões apenas nos seis primeiros meses de 2014.

O fundador e presidente do conselho de administração, Atilano de Oms Sobrinho, foi afastado da condução dos negócios. A gestão está nas mãos de Warley Pimentel, sócio do banco Brasil Plural, que vinha assessorando a companhia em sua reestruturação.

No balanço do segundo trimestre, publicado antes do pedido de recuperação, a Inepar informou que as principais ações de sua reestruturação são a "reorganização do passivo financeiro e fiscal", bem como a venda de ativos e participações acionárias. A empresa também disse estar em busca de recursos financeiros e novos parceiros.

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