Uma reportagem especial sobre a importância da confiança para os negócios e o desenvolvimento econômico rendeu ao jornalista Guido Orgis, da Gazeta do Povo, o prêmio brasileiro do Citi Journalistic Excellence Award 2009 prêmio de excelência jornalística que reconhece o trabalho de profissionais que cobrem as áreas de Economia, Finanças e Negócios.
Editor assistente da editoria de Economia, Orgis será o único brasileiro a receber o prêmio oferecido pelo Citigroup: entre 1º e 12 de junho, ele e profissionais escolhidos em vários países participarão de um seminário na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos. Aberta em 1912, a faculdade de jornalismo da instituição é a mais antiga e uma das mais conceituadas do mundo. Foi fundada por Joseph Pulitzer, que dá nome ao prêmio mais importante do jornalismo mundial.
"O interessante será participar de um seminário justamente em meio à maior crise econômica desde a década de 1930, no país onde ela teve início, para falar com representantes de instituições que estão no centro da discussão", diz Orgis. A programação do seminário inclui visitas ao Federal Reserve (o banco central norte-americano), ao Fundo Monetário Internacional (FMI), ao Banco Mundial e à Bolsa de Valores de Nova Iorque instituições que, como o próprio Citigroup, têm protagonizado o noticiário econômico nos últimos meses. "Tomara que elas ainda existam até junho", brinca o jornalista.
Formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Guido Orgis é jornalista profissional desde 2001. Foi repórter da Gazeta do Povo entre julho de 2003 e agosto de 2006. Em seguida, se mudou para a Alemanha, onde fez mestrado em Economia Política Global, na Universidade de Kassel. Sua reportagem "Wall Street abusou da fé que move os mercadinhos" concorreu com matérias de veículos de circulação nacional, como os jornais Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil e a revista Exame. Foi publicada em duas páginas do caderno de Economia de 2 de novembro do ano passado, 15 dias após a volta de Orgis à redação do jornal.
"Pensei em fazer a matéria ainda durante o mestrado, ao ler um livro que mostrava que a confiança é essencial para o desenvolvimento econômico e social." Para escrever a reportagem, o jornalista consultou economistas e empresários, e visitou comerciantes curitibanos que até hoje mantêm a velha caderneta de fiado. "A crença no cumprimento de contratos e na honestidade dos vizinhos faz cair os custos das transações. Assim, a confiança varia conforme o lugar e é um valor que reforça o progresso de uma sociedade", afirma o texto premiado.