Passou raspando, mas estar entre os finalistas do prêmio Empreendedor do Ano, promovido pela consultoria EY, foi um importante reconhecimento para Nelso Fiorin e Thiago Fiorin Gomes, sócios da LojasKD, com sede em Curitiba. Indicada na categoria Emerging, a empresa não levou a premiação, entregue à mineira Prática, de fornos industriais. "Mas estar na lista dos indicados já os coloca como vencedores", observa André Viola Ferreira, sócio-líder de mercado da consultoria EY. Além da paranaense KD, o grupo Caramuru, de Maringá, estava no páreo na categoria Family Business, que contemplou Fábio Hering, da Cia Hering.
Fundada em 1997, a LojasKD transformou uma atividade tradicional varejo de móveis em um novo modelo de negócio. As vendas pelo site começaram em 2003, "quando as pessoas ainda se perguntavam se era seguro informar os números do cartão de crédito na internet", lembra Thiago. Com mais de 20 mil modelos disponíveis, a proposta da LojasKD é transformar a experiência do consumidor, que pode comprar móveis em uma loja de decoração, seja para produtos de alto padrão ou populares.
No site, os itens são apresentados em ambientes decorados, diferente dos produtos empilhados em lojas de departamento. "Tivemos que reproduzir no ambiente virtual alguns comportamentos da loja física. Armários, por exemplo, precisam de fotos da parte interna. Todo mundo abre a porta do guarda-roupa para ver as divisórias", explica. As informações sobre medidas e materiais ou manual de montagem de cada produto foram outra conquista. Sem esse tipo de preocupação na venda tradicional, a indústria também teve que se mexer, fornecendo dados para as fichas técnicas publicadas no portal.
O resultado no primeiro ano foi tímido: R$ 50 mil, menos de R$ 5 mil em vendas por mês. Mas o novo modelo superou o desempenho das unidades físicas. Tanto que a LojaKD transformou-se totalmente em uma plataforma digital em 2012, quando a última das quatro lojas fiscais foi fechada. Ao mesmo tempo, a empresa foi completamente reestruturada, modificando processos internos e a gestão administrativa. "A antiga organização, de dono e funcionários, foi substituída pela administração similar às empresas digitais, com departamentos e gestores, com remuneração variável e mudança da cultura interna, em que todos agora assumem o negócio como próprio, com envolvimento e participação", explica.
O crescimento robusto, mesmo diante de grandes lojas de departamento e players internacionais, correspondeu aos investimentos. Nos últimos quatro anos, a LojasKD cresceu 50% ao ano, chegando a 1,8 milhão de visitantes no site. A previsão para 2014 é fechar o faturamento em R$ 90 milhões. "Para os próximos seis anos, a meta é crescer 70%", diz.