
Você corre e o anúncio está ali na esteira, bem ao alcance dos seus olhos. Você faz abdominais e lá está ele novamente, colado no espelho da sala. A mídia indoor e as ações promocionais são cada vez mais comuns nas academias de ginástica onde cada cantinho virou espaço em potencial para "falar com o consumidor". Esse movimento tem engordado o faturamento das academias, em especial aquelas voltadas ao público de alto poder aquisitivo.
Com sete anos de atuação, a agência paulistana Mídia em Foco é uma das pioneiras na negociação destes espaços no país e, desde então, vê seu faturamento dobrar ano a ano o que dá uma pista sobre o ritmo de expansão dos negócios piscina afora. No início, o único cliente era uma rede com cinco unidades em São Paulo. Hoje são 350 academias em todo país. "A demanda vem crescendo muito e a oferta hoje também é maior e melhor", diz o diretor comercial da empresa, André Bronstein. "Há sete anos, não havia ninguém nas academias preparado para esse tipo de negociação e para a definição de preços dos espaços."
O perfil dos anunciantes é o mais variado possível desde os óbvios produtos de higiene e para a prática de esportes até a indústria automobilística ou da construção civil. A supervisora de marketing da Gustavo Borges, Daphne Lambros, diz que há fila de espera de interessados em anunciar em alguns espaços da academia que são vendidos ou, em alguns casos, negociados em troca de patrocínio para eventos.
Sem revelar números, Daphne diz que o faturamento com a mídia indoor ainda é pequeno no total da empresa, mas é bastante significativo para o departamento de marketing. "Essa verba não é utilizada para pagar a infra-estrutura da academia, e sim para eventos e ações do setor. Para isso ela é primordial."
O destino do dinheiro é o mesmo na Companhia Athlética de Curitiba, que funciona dentro do Parkshopping Barigui. A gerente administrativa da unidade, Vanessa Sanches, diz que o faturamento com mídia e ações promocionais fica entre 2% e 5% do total mensal da academia. "A demanda cresce a cada ano, e o retorno financeiro é bastante significativo. Todo o valor é reinvestido em eventos para nossos alunos e outras ações de marketing da nossa unidade."
No alvo
A grande vantagem das ações de mídia indoor, acredita Bronstein, da Mídia em Foco, é atingir um público segmentado, em um momento de relaxamento. "No caso das academias, são ainda pessoas preocupadas com saúde e bem-estar." Pelas salas da Companhia Athlética, por exemplo, passam por dia cerca de 600 alunos, entre 21 e 59 anos, na sua maioria de alto poder aquisitivo que pagam uma mensalidade entre R$ 177 e R$ 255.
Assim como as opções de espaço, os custos deste tipo de ação variam bastante. Em Curitiba, a estimativa da Mídia em Foco é de que um espaço de mídia indoor por um ano custe entre R$ 1,5 mil e R$ 4 mil. Não que isso signifique um padrão. "Uma proposta pode variar de R$ 500 a R$ 500 mil, dependendo da quantidade de ações e do número de unidades envolvidas", diz o gerente de marketing da Curves Brasil, Fabiano Leirinha.
A rede é voltada exclusivamente ao público feminino e tem mais de 60 mil alunas em 222 unidades espalhadas pelo país. É esse perfil de público tão específico, na opinião do gerente, que atrai o interesse de tantos anunciantes na rede. "Sempre houve uma demanda grande e ela vem crescendo."



