O presidente da Telefonica Vivo, Amos Genish, defendeu nesta segunda-feira, em São Paulo, que haja a cobrança de dados proporcional ao uso da internet fixa. Para ele, seria “justo” alterar a maneira de cobrança dos pacotes de banda larga fixa, sobretudo aos usuários que utilizam o serviço menos do que contratam.
“Não acho que esse tipo de limitação do uso seja um retrocesso, até porque os pacotes são ilimitados e continuarão sendo. Mas, no futuro, poderão ser mais justos. Fazendo quem usa menos, pagar menos. Não necessariamente aumentar o preço para quem usa mais. Mas dar desconto a quem não alcançar o máximo contratado”, disse, depois de participar de almoço do LIDE - Grupo de Líderes Empresaria.
A afirmação foi feita no mesmo dia em que decisão cautelar da Anatel proibiu as operadoras de internet fixa de reduzir a velocidade ou suspender a prestação do serviço de banda larga depois do término da franquia até que as empresas forneçam aos clientes ferramentas que permitam acompanhar o uso de dados. A Vivo é por enquanto a única empresa que admite abertamente que pretende estabelecer uma cobrança para quem usar a internet além da franquia contratada a partir do ano que vem.
Durante o encontro com os executivos, Genish também disse que a Telefonica Vivo vai investir R$ 600 milhões em tecnologia da informação nos próximos três anos. Ele também falou de algumas tendências do setor de telecomunicações e tecnologia, como a Internet das Coisas, o armazenamento em nuvem e Big Data.
O empresário israelense criticou o sistema tributário brasileiro e disse não ser fácil operar no País. Ele disse qeu as “taxas sobre as teles são doloridas” e o modelo regulatório é “ultrapassado”. “Para se ter uma ideia, a cada R$ 100 pagos pelo consumidor para nós, 43% vai para tributos”, disse, na tentativa de justificar os preços da empresa.
Por outro lado, ele disse considerar o Brasil um país com “muito potencial, sobretudo em novas tecnologias”, em penetração de 4G, por exemplo.