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Crise no Paraná

Servidores são impedidos de entrar no prédio do Ministério da Agricultura

Os funcionários do Ministério da Agricultura no Paraná foram impedidos de entrar na sede do órgão na tarde desta sexta-feira (31). Segundo Ailton Santos Silva, delegado do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) no estado, os portões do prédio foram fechados por volta de 12h30 e todos os servidores foram orientados a sair do local, que fica no bairro Tarumã, em Curitiba. "Os seguranças disseram que foi a pedido do superintendente, que seguia ordens vindas de Brasília", afirma. O sindicalista atribui a medida a uma retaliação da direção do órgão ao protesto realizado nesta quinta-feira (30). Na oportunidade, cerca de 70 servidores se vestiram de preto contra a gestão do superintendente Daniel Gonçalves Filho.

"Estão cerceando o direito de ir e vir, cerceando o direito da sociedade que precisa do ministério e não está podendo usufruir dos serviços", afirmou Teresinha Mazza, vice-presidente da Anffa, que veio de Brasília em apoio ao movimento paranaense. Segundo os manifestantes, a direção é responsável por assédio moral contra vários servidores. Em carta aberta enviada a Mendes Ribeiro Filho, ministro da Agricultura, a Anffa solicitou a exoneração de Gonçalves Filho. "Senhor Ministro, há nesta superintendência, inúmeros casos de doenças somatizadas pelo terror psicológico instaurado a partir desta gestão iniciada em meados de 2007, com ameaças frequentes e humilhação sem precedentes", afirma o texto da carta. O sindicato acusa ainda a superintendência de afastar dois servidores de cargos de chefia como represália a adesão deles à greve dos técnicos agropecuários. As portarias com os afastamentos foram publicadas na última segunda-feira (27).

A reportagem entrou em contato com a direção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília. Por meio da assessoria de imprensa, o órgão afirmou estar ciente da manifestação. Sobre a liberação dos funcionários e o fechamento do prédio, o Mapa informou em nota que "foi uma decisão do superintendente ao constatar o ingresso na unidade de pessoas com ânimos acirrados. Por conta disso, ele entendeu por bem liberar os servidores e encerrar as atividades para a normalização da situação. Não houve nenhuma determinação neste sentido por parte da sede do Mapa".

O superintendente Daniel Gonçalves Filho ainda não foi encontrado para falar sobre o assunto. Ninguém atende os telefones fixos do órgão em Curitiba. Os telefones de contato pessoal do superintendente estão desligados.

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