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Na escola de natação Amaral, em Curitiba, as crianças são divididas em sete piscinas conforme a idade e o nível de aprendizado | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
Na escola de natação Amaral, em Curitiba, as crianças são divididas em sete piscinas conforme a idade e o nível de aprendizado| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo

Atenção

Saiba o que fazer para não errar na escolha da atividade extracurricular:

• Aproveite as férias para visitar as escolas. Nesta época, muitos cursos abrem as portas para visitas e aulas experimentais. É uma boa oportunidade de avaliar o maior número de opções antes de escolher.

• Pense em uma rotina viável. Onde fica a escola? Quem vai transportar a criança até lá? É preciso ter tudo isso em mente antes de efetuar a matrícula.

• Não sobrecarregue a criança. Mesmo que ela demonstre vontade de fazer tudo, o tempo livre é fundamental na infância.

• Começou? Termine. Antes de esco­lher a atividade, deve-se levar em conta todos os prós e contras, mas, uma vez que a matrícula foi feita, é preciso levar o semestre até o fim. "Começar e terminar várias ve­zes fa­­vorece o surgimento de uma sensa­ção de irresponsabilidade. A criança passa a achar que não preci­sa se com­prometer com nada", diz a psi­co­pedagoga Maria Silvia Winkeler.

Vontade do filho deve prevalecer

Na hora de escolher uma atividade para o filho, que critérios levar em conta? "A vontade da criança é o principal", afirma a psicopedagoga Maria Silvia Winkeler. Quando os filhos são bebês e não podem dizer o que pensam, cabe aos pais perceber se a atividade é um momento de prazer. Depois, o diálogo é fundamental para saber se a criança realmente gosta do que está fazendo.

Quando os pais obrigam os filhos a irem para determinada aula contra a vontade, a atividade se torna um momento de transtorno para toda a família. "A criança não se dedica, faz de tudo para faltar e acaba tendo um mal desempenho. Os pais se frustram e todos saem perdendo", diz a psicopedagoga.

Para evitar que isso ocorra, é preciso ter paciência e dedicação até encontrar a opção correta. Na escolha de uma atividade corporal é preciso levar em conta se a criança é competitiva, se prefere atividades individuais ou em grupo, se é agitada ou tranquila. No campo artístico, vale o mesmo. "Se a criança não tem aptidão para tocar um determinado instrumento, a música pode ser trabalhada de outras maneiras, através de atividades de ouvido ou mais lúdicas", explica Maria Silvia.

Insistência

Algumas aulas, no entanto, tornaram-se praticamente uma obrigação social. Fazer inglês é indispensável para garantir uma boa colocação no mercado de tra­­balho futuramente. Nesse ca­­so, quando a criança não gosta, vale insistir na atividade, po­­rém é preciso buscar outros mé­­todos. "Se a criança ainda tem dificuldades com a leitura e a es­­crita do português, uma escola de inglês que cobre essas habilidades se torna um fardo. É me­­lhor investir em uma instituição que ensine a língua de forma mais oral", indica a psicopedagoga.

De acordo com os especialistas, matricular a criança em di­­versas aulas pensando apenas em benefícios a longo prazo é um erro. "Vale a pena investir nas habilidades que o filho demonstra mais facilidade e também nas que precisa desenvolver", conclui Maria Silvia.

  • Crianças a partir dos 6 meses de idade já participam de atividades lúdicas que estimulam a musicalização na Academia de Música Guaíra

Além da escola é importante que a formação das crianças seja complementada com atividades extracurriculares. Muitas delas ajudam no desenvolvimento de habilidades e características pessoais e outras serão cobradas quando as crianças crescerem, como o inglês. Mas lotar a agenda dos pequenos pode sobrecarregá-los e causar aversão pelas aulas. Além disso, é importante estar atento ao perfil da criança para saber qual a melhor atividade para ela.

Os cursos oferecidos se en­­quadram em três categorias prin­­cipais: corporais, intelectuais e artísticas. O ideal é que a criança pratique pelo menos uma atividade de cada esfera. "Isso ajuda no desenvolvimento global como ser humano", explica a psicopedagoga Maria Silvia Winkeler. Dentro de cada grupo existem opções para os mais variados gostos e perfis de crianças e elas podem mudar de acordo com a idade (confira as opções no box).

As atividades corporais e artísticas podem começar bem cedo, a partir dos 6 meses de idade. A escola de natação Amaral, por exemplo, possui sete piscinas, uma para cada fase de aprendizado. Bebês de 6 meses a um ano e meio entram na água com os pais para aulas de meia hora de duração. "Eles ainda não nadam, mas há um trabalho de sociabilização, estímulo motor, vivência aquática e segurança", explica Luiz Fer­­nando Pfaff de Matos, coordenador pedagógico da escola. Conforme os alunos crescem, as piscinas e aulas mu­­dam, podendo chegar ao nível de nadador competitivo.

Musicalização

Na Academia de Música Guaíra, a musicalização começa também a partir dos 6 meses. Os be­­bês não podem aprender a cantar ou tocar instrumentos, mas a percepção musical começa a ser desenvolvida por meio de atividades lúdicas. "Usamos todos os sentidos para que as crianças possam sentir e vivenciar a música. Trabalhamos o timbre, altura, ritmo e tudo o que é necessário para que as crianças aprendam a ouvir", explica Maria Em­­ma Contin Oliveira de Antonio, diretora-geral da escola.

Já as atividades intelectuais começam um pouco mais tarde, geralmente depois dos 4 anos, quando as habilidades linguísticas estão mais consolidadas. "Para aprender inglês, por exemplo, a criança precisa ter vencido as barreiras do português", recomenda Maria Silvia.

Hora certa

Confira algumas dicas de atividades que são indicadas para cada faixa etária:

Corporais

De seis meses a 3 anos

Aulas de natação com os pais ajudam a desenvolver a coordenação motora, sociabilidade e segurança dentro da água.

De 3 a 6 anos

Natação: começa a desenvolver a capacidade respiratória. Balé: noções de ritmo e consciência corporal.

De 6 a 10 anos

Natação: as crianças passam a nadar efetivamente; o exercício alonga e fortalece o corpo como um todo. Balé, ginástica artística ou olímpica: nessa fase, o corpo tem mais elasticidade; é o período ideal para iniciar dança e esportes que exijam flexibilidade. Judô, futebol: para meninas e meninos, esportes de competição estimulam a sociabilidade, habilidades individuais e espírito de equipe.

A partir de 10 anos

Equitação, esgrima, tênis, vôlei, basquete: as atividades anteriores podem continuar, mas nessa idade as crianças passam a discernir melhor os gostos e podem tomar a iniciativa de começar algo diferente.

Intelectuais

A partir de 4 anos

Cursos de línguas que privilegiam o aprendizado através da oralidade.

A partir dos 6 anos

Kumon, cursos de línguas, cursos de redação e leitura. Depois de alfabetizados, os pequenos podem reforçar o que é aprendido na escola e estão aptos a serem alfabetizados em línguas estrangeiras.

Artísticas

A partir dos 6 meses

Musicalização: a habilidade de ouvir pode ser treinada desde muito cedo. Especialistas afirmam que crianças que passam pelo processo de musicalização têm mais facilidade para ler partituras, tocar instrumentos e cantar futuramente.

A partir dos 6 anos

Música, coral, pintura, desenho, teatro: na parte musical, a criança já tem idade e coordenação motora para aprender a tocar instrumentos. A criatividade, o relacionamento interpessoal e a expressão também podem ser desenvolvidos através das artes plásticas ou performáticas.

Interatividade

Que outras atividades você indica para as crianças? Que benefícios trazem essas aulas extracurriculares?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor

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