Um grupo de alunos da Universidade Federal do ABC (UFABC) conquistou o terceiro lugar no Torneio Internacional de Físicos (IPT - International Physicists’ Tournament, em inglês). A equipe representou o Brasil na final da disputa, que aconteceu na Rússia entre os dias 1 e 8 de abril.
O torneio reuniu estudantes de graduação e mestrado em física que competem por meio de desafios para resolução de 17 problemas na área que ainda não têm soluções concretas.
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Nesta edição, a equipe teve que cumprir desafios sobre buracos negros sônicos, produzir origamis, um detector de partículas caseiro e analisar como reacender uma vela a partir da própria fumaça na maior altura possível.
Histórico
Essa foi a segunda participação do Brasil na disputa mundial. A equipe da UFABC representou o país nas duas edições da competição; em 2017, na Suécia, os estudantes conquistaram o 11º lugar na classificação geral e 1º lugar na América.
“Nunca pensei que alcançaríamos a final dada a quantidade de dificuldades que tivemos. Mas isso mostra que todo o esforço valeu a pena”, contou Ricardo Gitti, um dos participantes, em entrevista a um jornal local.
A equipe foi composta pelos estudantes de graduação em física André Juan e Matheus Pessôa; os mestrandos Andrius Dominiqui, Lucas Maia e Lucas Tonetto; e os estudantes de engenharia Gustavo Saraiva e Ricardo Gitti. Na liderança do time está o mestre em física Henrique Ferreira.
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“Esperamos mostrar que os jovens estudantes desse país merecem todo nosso investimento para irem cada vez mais longe”, disse a equipe em um post no Facebook após a consquita. “Que outros brasileiros alcancem conquistas cada vez maiores, sem passar pelas dificuldades que passamos”, completou.
Incentivo
Para participar do torneio na Rússia, o time da UFABC realizou uma arrecadação online. O objetivo era financiar os custos de R$ 30 mil com a viagem da equipe, incluindo passagens e taxas de inscrição.
“Além de participar do torneio, pretendemos reverter todo o conteúdo científico desenvolvido para a sociedade em divulgação científica, vídeos educacionais no YouTube e Facebook e apresentações/seminários em escolas públicas para incentivar os alunos no estudo de Física e aproximá-los da vida universitária”, explica.
Entre os projetos que os estudantes pretendem desenvolver está a criação de um projeto educacional de extensão para incentivar o estudo de ciências exatas entre alunos do ensino fundamental e médio.
“Queremos também expandir a divulgação científica no Brasil para que outros jovens tenham a oportunidade de explorar a Física da melhor maneira: conseguindo relacioná-la com o cotidiano e, acima de tudo, superando grandes desafios”, dizem.
Até agora, a campanha arrecadou cerca de 45% da verba estimada. Mesmo com o fim do torneio, ainda é possível doar até o dia 25 de abril, através deste link.