Os dados da Prova Brasil agora podem ser acessados de forma simples e rápida, em um portal na internet. Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Devolutivas Pedagógicas reúne as informações já disponíveis sobre o rendimento e proficiência dos alunos, divididas por instituição, localidade, rede de ensino e com descrições detalhadas de cada uma das questões da prova.
“O Inep divulgava os dados de uma forma muito numérica, devolvia para os gestores simplesmente uma nota. O que a gente fez foi tentar dar uma interpretação pedagógica”, explica Ricardo Falzetta, gerente de conteúdo do Todos pela Educação (TPE). A ONG é uma das entidades parceiras do instituto governamental no desenvolvimento das Devolutivas.
Confira um passo-a-passo para usar o sistema
O objetivo é facilitar a leitura das estatísticas para professores e gestores de escolas e redes de ensino. “Nosso sonho com esta plataforma é que este conteúdo, esta informação seja trabalhada nas reuniões de formação [pedagógica de cada escola], pois você tem um conteúdo que é fundamental [para preparar as aulas]”, explica.
Para entrar na plataforma é preciso fazer um cadastro simples, informando nome, e-mail e CPF. É possível escolher pelo ano da prova (2011 ou 2013) e disciplina (matemática ou Língua Portuguesa).
Uma vez lá dentro, é possível escolher o nome da escola, município, estado ou digitar “Brasil” para acessar a média nacional. Também é possível comparar os dados com os de outra instituição ou localidade.
Caso a primeira opção seja uma instituição de ensino, é possível comparar com “escolas similares”. São outros colégios da mesma microrregião e com o mesmo nível socioeconômico. A classificação é feita pelo próprio Inep, de forma a permitir “uma comparação mais justa”, explica Ricardo Falzetta, do TPE.
Quando a alternativa é um estado, município ou o território nacional, é possível filtrar as escolas por rede (municipal, estadual ou federal) e localização (urbana ou rural).
Resultado
O principal gráfico do site é a “distribuição dos alunos por nível de proficiência”. Funciona assim: cada questão (item) da prova têm um nível de “dificuldade”, de habilidades exigidas para encontrar a resposta certa. No caso da Prova Brasil, esta “dificuldade” (a proficiência) varia entre 0 e 500. Se um aluno tem proficiência 250, é provável que ele acerte todos os itens que estão abaixo deste valor.
Além disso, é possível escolher um nível (de um a oito) e ter acesso a todas os itens da prova que tinham aquele nível de dificuldade. Cada questão recebeu um comentário pedagógico. Ao clicar na questão, é possível ver estatísticas específicas: como os alunos daquela escola ou região responderam àquele item.
Para entender os dados das tabelas e gráficos disponíveis para cada questão, o aconselhável é assistir aos vídeos que explicam cada estatística. Os tutoriais aparecem ao clicar no ponto de interrogação ao lado das tabelas e gráficos.
Nos coeficientes estatísticos clássicos é possível ver quantos alunos acertaram, e quantos “chutaram” cada uma das cinco alternativas. Além disso, é possível ver a média de dois grupos: dos alunos com piores e melhores notas.
Nos gráficos de Teoria de Resposta ao Item (TRI) é possível conhecer a probabilidade de acerto do aluno conforme sua proficiência. Em uma questão mais fácil, por exemplo, a chance de acerto é alta desde o começo da curva; um item difícil só terá probabilidade de acerto alta lá para a frente, entre os alunos de melhor proficiência.
Além disso, um segundo gráfico de TRI mostra quantos alunos proporcionalmente escolheram cada alternativa, e como isso muda conforme a proficiência avança. Em uma questão cuja resposta certa seja “a”, por exemplo, pode ter maior número de respostas “c” entre os alunos de menor desempenho. É possível ainda averiguar o desempenho da turma analisando se a curva da resposta certa demora mais ou menos para prevalecer, em relação às demais.
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