Cento e cinquenta escolas públicas estaduais devem ser fechadas no ano que vem, segundo a APP-Sindicato, que representa os professores da rede. O tema está sendo discutido pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, que promete empenho para evitar os fechamentos. “A Comissão não concorda com isso. Pessoalmente, independentemente de ser governo ou oposição, sou contra fechamento de escolas. Dependendo da posição da Secretaria da Educação, vou levar a questão ao governador”, diz o presidente da Comissão, deputado Hussein Bakri (PSC), que integra a bancada governista na Assembleia Legislativa.
A Secretaria da Educação confirma em nota que “realiza levantamento e estudos com vistas a otimizações de turmas nas instituições de ensino que apresentem redução no número de alunos”, mas não confirma nem contesta que vai fechar escolas. Segundo a APP-Sindicato, diretores de colégios que serão fechados já começaram a ser informados oficialmente da decisão. “Estamos lidando com essa ameaça há cerca de 15 dias, quando diretores de escolas começaram a ser chamados pela secretaria, nas regiões de Laranjeiras do Sul, Cascavel, Maringá e Londrina. Essa semana estão sendo chamados os diretores da capital”, afirma a secretária de Finanças da APP-Sindicato, Marlei Fernandes. “O governo diz que está fazendo o que chama de otimização”, acrescenta.
Em Curitiba, pelo menos três escolas estão nessa lista e perderiam as turmas nelas alocadas: Colégio Estadual Barão do Rio Branco, no Água Verde; Colégio Estadual Dom Pedro II, no Batel; e Colégio Estadual Xavier da Silva, no Rebouças. A Secretaria da Educação não confirma o fechamento dessas escolas. Dois Centros de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebja) seriam transferidos: o Paulo Freire, no Água Verde, passaria a funcionar onde hoje está o Colégio Estadual Barão do Rio Branco; e o Poty Lazzarotto, no Centro, iria para o prédio do Colégio Estadual Xavier da Silva. A Secretaria da Educação também não confirma nem contesta essas informações.
Não é a primeira vez que o fechamento de escolas gera desgaste para o governo. Em setembro deste ano, a Secretaria da Educação anunciou o encerramento das atividades do Colégio Estadual Doutor José Gerardo Braga, em Maringá. A medida mobilizou alunos e deputados estaduais, que conseguiram forçar o órgão a rever a decisão. “Não dá para fechar e voltar atrás. Maringá provou isso. Tem que ter argumentos, provas de que realmente precisa fechar”, afirma Hussein Bakri.
Reação
Segundo a deputada estadual Maria Vitória (PP), fechar o Gerardo Braga foi um erro revertido a tempo. “Essa escola é o berço da educação de Maringá e tem ótima infraestrutura. Pedimos, em conjunto os deputados de Maringá, à secretária Ana Seres e ao governador, para que não fechassem. Ainda não discutimos os casos dessas três escolas de Curitiba, mas vamos lutar para que não fechem”, diz. “Porém, nesse momento de crise, temos que entender que a secretaria precise remanejar salas”, completa.