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Jorginho já demonstrou que não faz cerimônia para dizer o que pensa. Quando o Atlético o procurou, avisou que só viria se chegassem reforços. Ao assumir o barco, reconheceu a necessidade de mudanças, mas não prometeu que conseguiria. Cobrado por resultados imediatos, lembrou que não é mágico e que quem garante acesso é jogador. Diante da inoperância ofensiva, chamou o time de fedido. Ao ver a exibição pavorosa no primeiro tempo contra o América-MG, falou que tinha sido uma... bem, vocês lembram o termo usado.

Tirando o último exemplo, em que o próprio Jorginho admitiu ter exagerado, em todas as outras situações o treinador rubro-negro mesclou franqueza e simplicidade de forma ímpar. Se ele é assim em público, imagino que seja mais cru ainda no trato com os boleiros. O Atlético precisava disso. Nos últimos anos o CT do Caju, com raros períodos de exceção, foi pilotado por cientistas da bola, com currículos extensos e trilingues. Nada contra o conhecimento acadêmico – seria um contrassenso com a minha profissão. Mas Jorginho parece ter as soluções que há anos os "dotôres" procuram sem sucesso dentro do clube. E se encontraram, não falaram. Outro erro recorrente na Baixada. Outro mérito de Jorginho. Ao ver defeitos na formação do elenco, o técnico fez o mais simples: falou e pediu providências. Não se limitou a balançar a cabeça diante das ideias dos seus superiores.

É com esse jeitão rústico que Jorginho vai colocando o Atlético nos eixos. A diretoria – sejamos justos – depois de tanta barbeiragem começou a acertar a mão. Fez contratações que deram resposta imediata e já avisou que o dinheiro fresco do patrocínio da Caixa irá todo para a bola. Em outras palavras, vai fazer valer a hegemonia financeira diante dos rivais. Volta, assim, à condição inicial: favorito ao acesso, candidato ao título.

Claro, ainda faltam ajustes e um centroavante de verdade. Mas Jorginho vai esculpindo – em certos momentos com uma machadinha – um Atlético com a cara que o torcedor quer ver em campo.

Inimputáveis

O Coritiba foi prejudicado na final da Copa do Brasil por Wilton Pereira Sampaio. Marcelo Oliveira reclamou e pegou um jogo de gancho. O Paraná foi prejudicado no jogo contra o Vitória por Felipe Duarte Varejão. Fernandinho reclamou, foi expulso e vai a julgamento semana que vem, junto com Alex Brasil.

São dois exemplos recentes de situações recorrente. Árbitros erram, jogadores, técnicos e dirigentes reclamam. Enquanto jogadores, técnicos e dirigentes são denunciados, julgados e punidos, os árbitros passam impunes. No máximo saem silenciosamente da escala, reaparecem em uma divisão inferior e logo estão de volta cometendo os erros de sempre. Não há uma política clara de punições a árbitros nem um limite de erros comprovados que faça com que eles percam o direito de apitar. A profissionalização do árbitro é uma necessidade clara, mas estabelecer punições a eles já seria um ótimo começo.

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