Cenas barbarie no Couto Pereira na tarde de domingo
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O impensável aconteceu. Diante de 35 mil torcedores, o Coritiba não teve competência para vencer o Fluminense e com um empate em 1 a 1, deu o pior desfecho possível no ano em que completou 100 anos de existência. As lágrimas da torcida ao apito final do árbitro Leandro Vuaden fizeram um triste contraste com a festa do início do jogo, que antevia um momento de glória. O rebaixamento para a Série B foi o castigo de um ano esquecível.
Um ano marcado pela inconstância. Em momento algum a torcida pôde gritar "É campeão". Longe disso. Ninguém soube, principalmente pelas mudanças a que o time foi submetido, dizer, por exemplo, o nome dos 11 titulares. Nem a estrela de Marcelinho Paraíba, grande atração do centenário, foi suficiente para salvar o ano Coxa.
Torcida invade o gramado e protagoniza cenas lamentáveis
Alguns torcedores do Coritiba, que fizeram uma festa linda no começo do jogo, transformaram o gramado num campo de batalha ao final da partida. Alguns invadiram o campo e partiram para cima do trio de arbitragem e dos jogadores e integrantes da comissão técnica do Fluminense. As agressões foram bárbaras e a polícia não conseguiu conter a torcida.
Torcedores e policiais foram feridos por cadeiras arremessadas no gramado. Após alguns minutos, a tropa de choque da polícia chegou e houve um confronto em campo. Balas de borracha foram usadas para conter destemperados torcedores Coxas insatisfeitos com o rebaixamento.
O resultado de toda a confusão foi dezenas de torcedores e policiais feridos.
O jogo
Como sempre, desde que foi criado, o Green Hell festa de fumaça, fogos e luzes promovida pela torcida do Coritiba deu as boas vindas para o time Alviverde. No tempo regulamentar, o time paranaense se apresentou em campo e ficou esperando a equipe do Fluminense, que se negou a entrar no gramado deliberadamente, aguardando o início do jogo entre Botafogo e Palmeiras.
O problema é que lá no Rio de Janeiro, o Alvinegro carioca também adotava a mesma prática. Perfilados, os jogadores do Coritiba prestigiam os hinos do Paraná e do Brasil. O Fluminense seguiu nos vestiários desrespeitando ao regulamento do campeonato (vai pagar multa de R$ 1 mil por minuto de atraso) e o hino nacional. Apenas oito minutos depois o time carioca foi ao gramado e a bola rolou com 12 minutos de atraso.
Começo arrasador
Não demorou um minuto para o Coxa se aproximar da abertura do placar. Marcelinho Paraíba, demonstrando muita vontade, armou a jogada pela esquerda e cruzou. Ariel trombou com o goleiro e a bola sobrou para Marcos Aurélio chutar em cima do marcador. Em novo rebote, Renatinho tentou, mas o quique da bola o enganou e a bola acabou sendo mandada pela linha de fundo. O Coxa teve nova chance aos cinco, em cobrança de falta, Marcos Aurélio mandou bem próximo à trave de Rafael.
Após a pressão inicial, o Fluminense conseguiu ganhar um pouco de espaço no relaxamento natural do Coxa após os primeiros minutos. Algum tempo depois, aos 21 minutos, o lance que gerou a maior polêmica da partida. Após um cruzamento da esquerda, Fred escorou e enganou o goleiro Vanderlei. A bola passou embaixo do camisa 12 do Verdão e ia entrando, quando Jeci se jogou na bola e em cima da linha conseguiu salvar o gol dos cariocas. Muita gente reclamou que a bola havia entrado, mas o árbitro Leandro Vuaden mandou o jogo seguir.
Redes balançando
Se não foi aos 21, aos 27 o Flu chegou lá. Em cobrança de falta ensaiada, a bola foi rolada para Marquinhos que chutou forte aproveitando o buraco que se abriu na barreira. Vanderlei saltou atrasado e não conseguiu defender a bola que estufou suas redes Alviverdes.
Oito minutos depois, após assimilar o golpe e recuperar seu espaço no jogo, o Coritiba conseguiu o empate. Em rápida jogada pela esquerda, Marcelinho Paraíba cruzou mais uma bola pela esquerda e dessa vez encontrou o bem colocado Pereira. Ele subiu mais que todo mundo e cabeceou muito forte, sem chances de defesa para Rafael. 1 a 1.
O gol deu justiça ao placar, pois o primeiro tempo foi, em geral, bastante equilibrado. Pelo Coxa, Ariel, Marcos Aurélio e o próprio Marcelinho foram figuras bastantes apagadas, assim como Conca e Fred pelo Flu.
Segundo tempo tenso, muito tenso
Os times voltaram iguais para a segunda etapa, mas a situação ficou muito complicada para o Coritiba logo aos três minutos. Não porque o time teve um revés no Couto Pereira, mas por no estádio Engenhão, no Rio de Janeiro, o Botafogo abria o placar contra o Palmeiras. Com os resultados até aquele momento, o Coxa estava rebaixado.
Imediatamente Ney Franco colocou Carlinhos Paraíba no lugar de Pedro Ken, tentando tornar o time mais ofensivo (um pouco mais tarde colocaria Rômulo no lugar do inoperante Ariel). O Coxa melhorou em campo, mas as notícias vindas do Rio de Janeiro não eram boas. O Botafogo fazia 2 a 0 e obrigava o Coxa a vencer para evitar o rebaixamento.
O time passou a jogar sob enorme pressão o segundo tempo todo. O nervosismo impedia que jogadas fosse criadas e o jogo passou a ser levado na base do chutão e das tentativas de levantamento sem direção.
A partir dos 35 minutos torcedores do Coxa caiam no choro nas arquibancadas. A tensão aumentava, afinal o jogo do Botafogo já havia terminado e o Verdão só se salvaria se vencesse o Fluminense. Não venceu e o impensável aconteceu. Ao apito final de Leandro Vuaden, o Coxa foi rebaixado para a Série B.
O que se viu a seguir, merece ser esquecido.
*Nota da redação:Não serão publicados comentários com xingamentos e provocações entre torcidas, muito menos aquelas que incitem a violência.
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