Atlético e Palmeiras projetaram um 2015 revolucionário. A realidade fria dos números, no entanto, mostra o time paulista com receitas recordes e o Rubro-Negro “contando moedas”. O potencial financeiro criado pelas novas arenas não foi explorado com competência até agora pela diretoria atleticana, diferente do observado no clube de São Paulo.
O Atlético reformou a Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014. Já o Palmeiras, no ano passado, inaugurou o Allianz Parque no lugar do antigo Palestra Itália.
De acordo com o balanço patrimonial divulgado pelo Furacão na última terça-feira (28), o clube arrecadou na temporada passada R$ 3,75 milhões com seu estádio: R$ 3 milhões com placas de publicidade, R$ 650 mil com camarotes e R$ 98 mil com aluguel de lojas.
Número insuficiente, segundo o o consultor em marketing esportivo Amir Somoggi. “Precisa de mais sócios e o clube necessita de mais elementos do que apenas o valor das mensalidades. Ainda se explora mal todo o potencial da Arena”, aponta.
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Segundo o especialista, o estádio deveria render, sozinho, perto de R$ 30 milhões. Somando os cerca de R$ 25 milhões que os sócios geram de receita ao ano – valor que cresceu 150% – o clube mudaria de patamar.
Um estudo de viabilidade econômica da Baixada, encomendado a Somoggi em 2013 para o clube defender o empréstimo pedido ao BNDES para a reforma do local, projetava um faturamento anual ainda maior: R$ 100 milhões com o estádio. Na conta estariam a arrecadação com naming rights, shows, patrocínios e camarotes.
A realidade é outra. E preocupa. A casa atleticana, com capacidade para 42 mil pessoas, recebeu em média apenas 7.123 torcedores nos jogos do Paranaense, com renda líquida negativa. O prejuízo acumulado foi de pouco mais de R$ 352 mil.
O clube está com 19 mil sócios. O patrocínio principal do Atlético, a Caixa Econômica Federal, rendeu só R$ 3,6 milhões no ano passado. O Furacão ainda não conseguiu negociar um nome para sua arena e não trouxe nenhum evento que não o futebol.
Os números do Palmeiras com o Allianz Parque – mesmo considerando as diferenças no tamanho da torcida, capacidade do mercado publicitário e exposição – impressionam. Nos dez jogos que mandou em casa no Paulistão, o Palmeiras acumulou renda líquida de R$ 15,4 milhões.
O número de sócios saltou de 15 mil para cerca de 120 mil, o que garante arrecadação de R$ 25 milhões por ano, acima do valor que o patrocinador máster paga (R$ 23 milhões). Além disso, o Palmeiras negociou o naming rights do seu estádio por R$ 300 milhões por 10 anos. O show de Paul McCartney foi realizados no local. A cantora Kate Perry já reservou data no estádio palmeirense.
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