Uma baixa técnica e de liderança terá de ser administrada pelo Atlético no jogo deste domingo (28), às 16 horas, contra Ponte Preta. Pela primeira vez na temporada pelo time principal, o Furacão não poderá contar com uma das suas principais referências e ídolos. Suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o goleiro Weverton encara uma interrupção forçada no Moisés Lucarelli em um momento de ascensão pessoal.
Um número mostra o tamanho do desfalque. O jogador começou a rodada como recordista de defesas em oito jogos: 25. Ninguém foi mais exigido que ele.
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A ausência, apenas a quinta desde que chegou ao Atlético, se deve à própria função. Capitão, ele é responsável pelas intervenções junto à arbitragem – e vítima delas. Dois dos cartões foram por reclamações. Um no clássico Atletiba e outro por avisar, com razão, que o arremate de Rafael Silva do Vasco foi com a mão. Não adiantou.
“Os árbitros estão muito rigorosos. Não aceitam que se fale mais nada e para ele fica complicado, porque como o capitão, precisa falar”, ponderou, com uma ponta de lamento, o empresário Roberto Gilvaz. O outro amarelo foi por demorar na reposição de bola, aos 45 minutos do primeiro tempo do duelo com o Atlético-MG.
A última vez e em que Weverton desfalcou a meta paranaense foi em agosto de 2014. Na ocasião, Santos foi o escolhido para defender as redes rubro-negras e será escalado neste domingo também.
O goleiro– que chegou ao Atlético em maio de 2012 – fez do Atlético um projeto. “Ele tinha sido um dos destaques na campanha do título da Portuguesa e considerado um dos melhores da Série B. Havia feito também dois bons Paulistas e tinha o sonho de disputar a Primeira Divisão”, contou o empresário.
O agente foi chamado pelo presidente Mario Celso Petraglia para conhecer a estrutura e apresentou uma proposta para o atleta a longo prazo, com um contrato de três anos. “Ele fez o caminho inverso, foi disputar a Segunda Divisão, vislumbrando essa continuidade no Atlético”, contou.
“Ele é muito trabalhador, sério e foi conquistando aos poucos o espaço dele”, acrescentou Gilvaz. A avaliação é a mesma do ex-técnico rubro-negro Ricardo Drubscky, promovido a técnico do time principal um mês após a chegada do goleiro. “Tenho o maior prazer em falar desse atleta. A chegada dele coincidiu com a minha e logo se detectou esse lado profissional, esse perfil sério e trabalhador”.
A seriedade contribuiu para a função e a atenção ajudou com a torcida. Campeão de selfies com os fãs, teve um gesto comovente ao entregar a sua camisa reserva a um idoso atleticano que foi vestido de verde à Arena e acabou hostilizado pela própria torcida.
Em março desde ano, entrou na campanha de arrecadação de doações para os afetados pela maior enchente do Acre, onde nasceu. Também trouxe para morar em Curitiba a mãe Josefa e quatro sobrinhos que são ‘criados’ pelo tio famoso.
“Não vai me surpreender em nada se ganhar uma chance até na seleção brasileira. Tem todas as condições, está entre os melhores do Brasil. Estar fora do eixo Rio-São Paulo atrapalhar um pouco”, comentou o treinador à Gazeta do Povo.
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