Apesar de Foz do Iguaçu e Operário só decidirem a vaga para a final do Paranaense no domingo (19), para muitos empresários a campanha já é um sucesso. Fruto dos dois uniformes com mais patrocínios neste Estadual e que a cada dia ganham mais visibilidade com o desempenho dos semifinalistas, já classificados para a Série D.
No quesito quantidade, ninguém supera a equipe do Oeste. Contando camisa e calção, o Foz do Iguaçu tem 19 marcas no seu uniforme, totalizando um patrocínio de R$ 1,2 milhão por ano. O mais caro é o da Itaipu (R$ 300 mil), o que engloba também o plano de saúde Itamed. Já o Madrid Center, um shopping no Paraguai, investe R$ 35 mil.
Essa quantidade de investidores obrigou o Foz refazer o layout da camisa seis vezes. “No início teve muito ciúme entre os patrocinadores, pelo espaço que eles teriam”, admite o presidente Arif Osman.
Essa disputa levou a Itaipu a abrir mão de mais espaço, apesar de ser a patrocinadora máster do time feminino e masculino da cidade há oito anos. “Nós abrimos mão [de mais espaço] para ajudar a equipe”, admite o superintendente de Comunicação Social de Itaipu, Gilmar Piolla. “A Itaipu é uma empresa forte na vida da cidade e não podia deixar de apoiar a equipe que representa o município”, justificou.
O responsável por esses e outros contatos foi justamente o presidente do Foz. Osman procurou amigos, donos de empresa e, no corpo a corpo, conseguiu montar a principal surpresa do Paranaense. “Se precisar rifar a minha camisa eu vou rifar, não tem problema. O torcedor sabe disso. Mais importante é ter um bom time do que uma camisa limpa”, diz o dirigente, que não pretende colocar novos patrocinadores no uniforme nesta parte final de torneio. Novos parceiros podem chegar em placas, faixas e promoções no estádio no dia de jogo.
No Operário são 10 marcas no uniforme, totalizando cerca de R$ 1 milhão por sete meses de patrocínio. Além disso, um grupo de 40 empresários contribui com R$ 2 mil cada um, totalizando R$ 80 mil por mês.
Os valores de cada empresa são variáveis. Pelo que a reportagem apurou, a principal delas, a GMAD – rede especializada no atendimento ao marceneiro – coloca, junto com outras parceiras, no mínimo R$ 20 mil mensais . Mas, dependendo do mês, e do aperto do clube, já chegou a contribuir com R$ 150 mil.
“Eu fui convidado para montar um grupo de empresas para ajudar o Operário. Acabei patrocinando para dar credibilidade, para que os outros também ajudassem”, conta José Álvaro Goes Filho, presidente da GMAD, sem confirmar as cifras.
“Pegamos um time desacreditado, que tinha disputado o Torneio da Morte no ano passado. Parecia um negócio furado. Deu certo. Hoje estamos colhendo o fruto e todo mundo quer aparecer na foto”, afirma o empresário, que trouxe junto mais cinco empresas.
“Agora, se for para colocar um novo patrocinador, tem de ser um valor alto, tem de valer a pena. Temos de valorizar quem acreditou no Operário desde o começo”, resume o presidente do Fantasma, Laurival Pontarollo.
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