“Brasil. Rio Grande do Norte. Novembro de 2014. Em mais um dia comum, uma jovem vai seminua ao mesmíssimo campus universitário, apenas de calcinha, trazendo o corpo pintado com frases como “ódio contido” e “politicamente incapaz”. Tarjas pretas em forma de xis tapam-lhe os mamilos. No rosto, a moça usa uma focinheira para cães. Dirige-se aos outros latindo e rosnando. Come ração. Urina num poste.
Brasil. Pernambuco. Novembro de 2015. Um jovem estudante caminha em direção ao Centro de Artes e Comunicação (CAC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ao pisar no gramado que margeia o prédio, põe-se a gritar, salivar e estremecer violentamente, apoiado num poste. A cena arranca loas, assobios e aplausos entusiasmados dos colegas, que se imaginam diante de uma performance artística. Não era o caso. O jovem acabara de ser atingido por forte descarga elétrica, que por pouco não o mata.”
As duas histórias acima são reais e estão no recém-lançado livro “A Corrupção da Inteligência”, de Flavio Gordon, doutor em antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Até anedóticos, retratam como as universidades brasileiras estão tomadas por uma ideologia na qual tudo é permitido. Como chegamos a isso? Como o marxismo conseguiu se entranhar de forma tão profunda na cultura brasileira?
Gordon foi convidado esta semana para responder e conversar sobre como o marxismo tomou conta da cultura brasileira, não apenas nas universidades, mas também nas redações e no meio artístico.
Participaram desta conversa com Flavio Gordon os blogueiros da Gazeta do Povo Alexandre Borges e Rodrigo Constantino.
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â Ideias (@ideias_gp) August 4, 2017
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