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liberdade de expressão

Miriam Leitão foi agredida por petistas em um voo. Onde estão as feministas?

Miriam Leitão entrevista Aloizio Mercadante no Palácio do Planalto, em Brasília, para a GloboNews | Jane Franco/Globo/Divulgação
Miriam Leitão entrevista Aloizio Mercadante no Palácio do Planalto, em Brasília, para a GloboNews (Foto: Jane Franco/Globo/Divulgação)

Nesta terça-feira (13), em sua coluna, a jornalista Miriam Leitão relatou algo que não se espera de uma democracia que respeita a liberdade de expressão. Ela sofreu, durante duas horas de voo, partindo de Brasília para o Rio de Janeiro, todo tipo de ataque verbal, xingamentos, gritos e provocações que por pouco não chegaram às vias de fato, por parte de militantes do Partido dos Trabalhadores (o partido divulgou uma nota oficial no início da tarde). 

“Durante todo o voo, os delegados do PT me ofenderam, mostrando uma visão totalmente distorcida do meu trabalho. Certamente não o acompanham. Não sou inimiga do partido, não torci pela crise, alertei que ela ocorreria pelos erros que estavam sendo cometidos. Quando os governos do PT acertaram, fiz avaliações positivas e há vários registros disso. 

Durante o voo foram muitas as ofensas, e, nos momentos de maior tensão, alguns levantavam o celular esperando a reação que eu não tive. Houve um gesto de tão baixo nível que prefiro nem relatar aqui. Calculavam que eu perderia o autocontrole. Não filmei porque isso seria visto como provocação. Permaneci em silêncio. Alguns, ao andarem no corredor, empurravam minha cadeira, entre outras grosserias. Ameaçaram atacar fisicamente a emissora, mostrando desconhecimento histórico mínimo: “quando eles mataram Getúlio o povo foi lá e quebrou a Globo”, berrou um deles. Ela foi fundada onze anos depois do suicídio de Vargas.” 

Não é a primeira vez que militantes de esquerda — que gostam de posar de progressistas e defensores dos direitos das mulheres — ameaçam mulheres indefesas. Em maior número, já fizeram isso com a blogueira cubana Yoani Sánchez por onde ela passou pelo Brasil. Por se opor ao governo de Fidel Castro, ela foi recebida com protestos e tumultos em todos os lugares onde foi chamada a dar seu testemunho sobre a ditadura cubana. 

Mais recentemente, na segunda-feira da semana passada (05), Thais Godoy Azevedo, que edita a página “Moça, não sou obrigada a ser feminista” foi chamada a participar de um debate na Universidade Federal de Goiás (UFG). Não conseguiu. O debate foi interrompido por agressões verbais e uso de caixas de som para atrapalhar a palestra. O evento foi cancelado e levou Thais a ser escoltada para fora da instituição. 

Em nenhum desses casos, houve apoio dos vários coletivos feministas que existem no Brasil às agredidas. Aparentemente, a sororidade no feminismo só vale para as mulheres que tiverem a ideologia “correta”. No caso, de esquerda.

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