Saques, mortes, violação de direitos humanos, inflação exorbitante, fome, protestos nas ruas, anulação do parlamento, multidões buscando refúgio nas fronteiras. Notícias sobre este cenário venezuelano, já consagrado como a mais nova ditadura na América Latina, têm levado brasileiros a avaliar como insuficiente a forma como governo Michel Temer se posiciona sobre a crise no país vizinho. De acordo com um levantamento do instituto Paraná Pesquisas, um em cada quatro brasileiros é a favor que o Brasil envie tropas militares para intervir na Venezuela.
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Ao todo, são 29,4% dos entrevistados favoráveis à medida, enquanto 67,4% são contrários e 3,2% afirmam não saber opinar sobre o assunto. Deste público, os homens compõem a maioria das pessoas que responderam apoiar uma intervenção militar, com 34,5% dos entrevistados. A faixa etária que se mostra mais favorável a agir internacionalmente é de 16 a 24 anos de idade, com 40,7% do público.
Além disso, ainda de acordo com o Paraná Pesquisas, a maior parte dos apoiadores do envio das tropas para Caracas, 38,6%, é moradora do Sul do Brasil — 30,7% são do Sudeste, 27,3% do Nordeste e 20,1% do Norte e Centro-Oeste. Com margem de erro de 2% para os resultados gerais, a pesquisa envolveu uma amostra de 2.468 pessoas e foi realizada através de um questionário online, entre os dias 8 e 11 de agosto.
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Caos
Desde que a crise venezuelana se intensificou, em abril deste ano, 163 pessoas já morreram no país durante confrontos envolvendo forças de segurança, apoiadores e opositores do regime do presidente Nicolás Maduro. O Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais estima que, ao longo desses últimos quatro meses, tenham ocorrido 6.729 protestos em 22 de 24 estados do país.
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Na tentativa de fugir desse caos, uma legião de refugiados tem buscado recomeçar a vida além das fronteiras da Venezuela. Pelo menos 30 mil venezuelanos vieram para o Brasil neste ano. Destes, cerca de 9 mil pediram oficialmente refúgio à Polícia Federal, o que inclui de jovens a famílias inteiras. A principal porta de entrada é Pacaraima, Roraima, cidade de 12 mil habitantes, mas que já está no limite, com 25 mil pessoas vivendo no local.
Suspensão
Essa situação tem ecoado junto à comunidade internacional. Recentemente, a Venezuela foi suspensa do bloco do Mercosul por ruptura da ordem democrática. A medida ocorreu após a aprovação da Assembleia Constituinte de Maduro, que anulou o Parlamento, tomou plenos poderes no país e vai reescrever a Constituição venezuelana.
O regime de Maduro também destituiu a procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, que segue sob proteção do governo colombiano.
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