O partido de extrema direita Frente Nacional foi o mais votado no primeiro turno das eleições regionais na França, de acordo com pesquisas de boca de urna divulgadas neste domingo (6).
Com discurso nacionalista e anti-imigração, a agremiação liderada por Marine Le Pen conseguiu 30% dos votos, três a mais que o partido de centro-direita Republicanos, liderado pelo ex-presidente Nicolas Sarkozy.
O Partido Socialista, do presidente François Hollande, ficou em terceiro, com 23% dos votos. Socialistas e republicanos terão uma semana para tentar reverter a vantagem da Frente Nacional antes do segundo turno, no próximo domingo (13).
O clima de tensão após a série de ataques que deixaram 130 mortos em Paris em 13 de novembro é apontado como um dos motivos para a alta votação da direita.
Em discurso após a divulgação das pesquisas, Marine Le Pen pediu a união de “todos os patriotas franceses” no segundo turno. “Nada poderá ser um obstáculo para a vontade profunda do povo.”
Ela mesma obteve 40% dos votos para o governo da nova região de Nord-Pas de Calais-Picardie, no norte francês, uma das 13 divisões territoriais criadas em 2014. O partido também lidera com percentual similar nas outras duas regiões onde apresentaram candidatura própria.
A sobrinha de Marine, Marion Maréchal-Le Pen, de apenas 26 anos, recebeu 42% dos votos em Provence-Alpes-Côte d’Azur. Já o vice-líder do partido, Florian Philippot, venceu em Alsace-Champagne-Ardenne-Lorraine.
O crescimento da Frente Nacional fez com que diversos dirigentes socialistas e republicanos se unissem para evitar uma vitória do partido de extrema direita em suas regiões. As principais lideranças, porém, descartam qualquer aliança entre eles.
Em discurso, Sarkozy disse que os franceses preferiram a alternância, embora tenha criticado a escolha pela Frente Nacional. “Temos de ouvir e entender a irritação dos franceses e também os que votaram na Frente Nacional. Entendo sua inquietação, mas não terão resposta de um partido cuja posição agravaria drasticamente a situação da França.”
Do lado socialista, porém, não houve reconhecimento de derrota. Para o porta-voz do governo, Stéphane Le Foll, a esquerda foi vitoriosa, se forem somados aos votos dos socialistas os resultados de verdes e de frentes de esquerda.
“O total da esquerda, a que dizem estar em dificuldades, será de 36%, o que a torna a primeira força política.”
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