O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, anunciou nesta terça-feira (24) que foi encontrada uma das caixas-pretas do avião Airbus A320 da companhia Germanwings que caiu nos Alpes com 150 pessoas a bordo. O avião da subsidiária da gigante da aviação Lufthansa caiu no sul da França e o governo francês descarta que haja sobreviventes.Segundo o governo, os destroços da aeronave foram encontrados por um helicóptero de resgate em uma área de difícil acesso, a 2.000 metros de altitude, na região de Digne-les-Bains.
O avião fazia a rota de Barcelona, na Espanha, para Düsseldorf, na Alemanha. Ao todo, 144 passageiros estavam a bordo, além de seis tripulantes. A Germanwings é uma companhia aérea de baixo custo de propriedade da Lufthansa. O voo 9525 partiu de Barcelona às 10h01 (6h01, horário de Brasília) e deveria pousar às 11h37, mas sumiu dos radares por volta das 11h (7h em Brasília).
Veja imagens das buscas pelo Airbus 320 na França
Maioria dos passageiros são alemães
A maioria dos 144 passageiros que viajavam no Airbus AA320 que caiu nesta terça-feira nos Alpes franceses são alemães que retornavam para suas casas de Barcelona e Palma de Mallorca, segundo informaram funcionários de Swissport, a companhia que presta serviços em terra para a Germanwings.
O presidente da Germanwings, Thomas Winkelmann, disse nesta terça-feira em entrevista coletiva em Colonia que 67 alemães estavam no avião que caiu nos Alpes franceses, mas que este número pode variar.
A bordo do avião viajavam 16 alunos alemães de intercâmbio. Eles iam acompanhados por dois professores e voltavam para casa após participar do programa de intercâmbio com o Instituto Giola de Ginars del Vallés. Os jovens haviam ficado alojados em casas de famílias do povoado, informa o jornal espanhol El País.
Fontes do aeroporto de Barcelona disseram que foi criado uma operação de atendimento aos parentes dos passageiros que estavam a bordo do voo. A vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, disse que se constituiu um gabinete de crise para abordar o caso. De acordo com um porta-voz, 45 passageiros tinham sobrenome espanhol.
Sáenz de Santamaría afirmou que o governo espanhol está em contato com outros executivos europeus e com as embaixadas espanholas na França e Alemanha para coordenar as ações. A vice-presidente disse que a lista se vítimas será liberada o mais rápido possível.
Antes disso, segundo a DGAC, autoridade francesa de aviação, o Airbus se declarou em estado de emergência por volta das 10h47 (6h47 de Brasília). De acordo com um morador da região montanhosa onde o avião caiu, a área só é acessível por helicóptero ou por três horas de caminhada, no mínimo.
As autoridades francesas, incluindo o presidente François Hollande, declararam não esperar sobreviventes no acidente. “As condições do acidente (...) nos fazem pensar que não há sobreviventes”, afirmou Hollande em um vídeo. “Ainda não conhecemos as identidades das vítimas (...) mas é provável que haja muitas vítimas alemãs”.
Ao canal Europe 1, o secretário de Estado de transportes, Alain Vidalies, disse que sobrevoou a área de helicóptero e verificou a presença da fuselagem da aeronave com “alguns corpos” em seu entorno. Logo após o acidente, o presidente da Lufthansa, Carsten Spohr, afirmou no Twitter da empresa: “Não sabemos ainda o que aconteceu com o voo 4U 9525. Meus mais profundos sentimentos vão para as famílias e amigos de nossos passageiros e tripulantes no 4U 9525. Se nossos medos se confirmarem, esse é um dia sombrio para a Lufthansa. Esperamos encontrar sobreviventes”.
Esta é a primeira queda de um avião de uma companhia aérea na França em 15 anos. Em julho de 2000, um Concorde caiu em Gonesse, na região de Paris. Segundo o jornal francês Le Monde, a queda do voo 9525 é a mais mortífera em território francês desde 1981, quando 180 pessoas morreram em um acidente com um DC-9-81 no monte San Pietro, próximo a Ajaccio, na Córsega.
O A320 se envolveu em alguns acidentes relevantes, dentre eles a queda do jato da AirAsia no ano passado na Indonésia. Foi também o modelo envolvido no chamado “milagre de Hudson”, em 15 de janeiro de 2009, quando um avião da US Airways, que decolava do aeroporto La Guardia, em Nova York, perdeu força nas duas turbinas após um incidente com gansos. O piloto Chesley “Sully” Sullenberger pousou o avião no rio Hudson. A fabricante trabalha numa versão atualizada e mais eficiente do avião, chamada A320neo com uma “nova opção de turbina” que deve entrar em serviço neste ano.
A aeronave A320 que sofreu o acidente tinha 24 anos e era operado pelo grupo Lufthansa desde 1991, de acordo com base de dados aéreos airfleets.net.
O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, que é natural de Barcelona, recebeu a notícia da queda do avião enquanto aguardava a chegada do rei da Espanha, Felipe 4º, que inicia nesta terça visita de Estado de três dias à França. O monarca desembarcou de semblante fechado e foi recebido em clima de consternação pelo presidente Hollande no Palácio do Eliseu.
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