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Interferência chinesa

Ex-líder do Partido Conservador do Canadá denuncia campanha da China contra ele

O ditador chinês Xi Jinping e o premiê canadense Justin Trudeau, em encontro em Pequim em 2016 (Foto: EFE/Wu Hong /Pool)

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O parlamentar e ex-lider do Partido Conservador do Canadá Erin O'Toole afirmou nesta terça-feira (30) que a agência de espionagem do país, o Serviço Canadense de Inteligência de Segurança (CSIS, na sigla em inglês), teria lhe informado que a China havia feito uma campanha para desacreditá-lo e suprimir seus votos antes da eleição de 2021, quando ele perdeu a disputa para o atual primeiro-ministro Justin Trudeau, do Partido Liberal.

"O comunicado do CSIS confirmou para mim o que eu já suspeitava há muito tempo - que meu partido, vários membros do meu grupo parlamentar e eu fomos alvo de uma campanha de desinformação orquestrada por chineses visando a supressão de eleitores nas vésperas e durante as eleições gerais de 2021", declarou O'Toole na Câmara dos Comuns, o Parlamento do Canadá.

O'Toole culpou o governo por não transmitir informações sobre a intromissão chinesa nos assuntos dos membros do parlamento. "O resultado ideal para o governo comunista [chinês] é fazer com que seus críticos façam vista grossa e fechem os olhos", observou.

Ainda segundo o parlamentar, as intromissões chinesas acabaram causando "um efeito assustador". O'Toole completou o discurso afirmando que membros e conselheiros seniores do governo "estão sendo intencionalmente cegos aos ataques à nossa democracia parlamentar”.

O primeiro-ministro Justin Trudeau está sob pressão dos partidos de oposição no parlamento, que querem abrir um inquérito público sobre a interferência estrangeira nas últimas eleições. Na semana passada, o relator especial responsável pela abertura de inquérito sobre a interferência chinesa nas eleições do Canadá se posicionou contra um processo de investigação.

No começo deste mês, Trudeau expulsou do país um diplomata chinês acusado de participar de um esquema para tentar pressionar a família de um político conservador canadense de ascendência chinesa em 2021. O primeiro-ministro também reconheceu que há muito tempo há interferência chinesa nos processos do país, mas disse que isso “não prejudicou” a integridade dos resultados das eleições de 2019 e 2021.

O escritório de Trudeau não respondeu às declarações de O'Toole. A embaixada chinesa em Ottawa também não fez comentários. No início deste ano, O'Toole anunciou que deixaria a política e a Câmara dos Comuns em 23 de junho.

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