O ditador de Belarus, Aleksander Lukashenko, confirmou nesta terça-feira (27) que o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, chegou ao país, onde deve viver exilado após a rebelião armada que liderou no último final de semana na Rússia.
"Garantias de segurança foram fornecidas a ele, conforme prometido ontem [pelo presidente russo, Vladimir Putin]. (...) Sim, de fato, está hoje em Belarus", disse Lukashenko em uma cerimônia de graduação de generais.
O acordo alcançado entre o Kremlin e Prigozhin mediado por Lukashenko para impedir a rebelião que o empresário de São Petersburgo liderou no final de semana previa a anulação da acusação criminal por rebelião armada contra o chefe do Wagner em troca de sua ida para Belarus.
Putin também ofereceu aos mercenários que se revoltaram junto com Prigozhin que se exilassem no país vizinho ou assinassem um contrato com o Ministério da Defesa da Rússia ou outras agências de segurança do país para se subordinarem às estruturas legais e oficiais.
Lukashenko sugeriu nesta terça que o exílio de Prigozhin e dos mercenários que se juntaram a ele pode ser apenas temporário.
"Como prometi, se quiserem passar algum tempo aqui (...), nós vamos ajudá-los. Naturalmente, por sua conta", declarou o ditador, segundo a agência de notícias oficial BELTA.
Armas nucleares russas em Belarus
Lukashenko negou que Belarus esteja construindo acampamentos para os mercenários do Wagner, conforme publicado no dia anterior por um portal investigativo russo.
"Por enquanto não estamos construindo acampamentos. Mas, se quiserem (...) vamos colocá-los em instalações militares abandonadas e podem montar tendas ali", comentou.
Além disso, o ditador também quis enfatizar que Belarus não abrirá pontos de recrutamento do Wagner.
“Não temos necessidade de abrir postos de recrutamento do Wagner. Acho que nunca vamos fazer isso (...) Mas, quem quiser servir (no grupo), vai dar um jeito”, disse.
Lukashenko também garantiu que os mercenários russos não protegerão as armas nucleares táticas russas instaladas recentemente em Belarus.
"Os poloneses e outros pensam que o Wagner vai guardar armas nucleares. O Wagner não vai guardar armas nucleares. (...) É nossa tarefa. E, antes de tudo, sou pessoalmente responsável pela segurança das armas. Portanto, nunca faríamos isso. Temos pessoas suficientes que podem proteger esta instalação junto com os russos", ressaltou.
homens do Wagner poderiam oferecer "experiência militar" a Belarus
O ditador Lukashenko sugeriu também nesta terça que os mercenários do Grupo Wagner que se exilarem em seu país poderiam "ajudar" a ex-república soviética com sua experiência em força de assalto, técnicas de combate e manuseio de armas.
"Se seus comandantes vêm e nos ajudam... É experiência. Eles eram grupos de assalto na vanguarda. Eles vão nos dizer o que é importante agora. Porque eles passaram por tudo isso (...) Sobre tática, armas, como avançar e como se defender, é algo que não tem preço. Isso é o que devemos tirar dos wagneritas", afirmou Lukashenko, segundo a agência de notícias oficial BELTA.
Durante uma reunião com o ministro da Defesa de Belaurs, Victor Khrenin, Lukashenko observou que agora se fala muito sobre o motim dos mercenários russos, mas "as pessoas não entendem que temos uma abordagem prática para isso".
"Não há razão para temê-los", destacou Lukashenko, acrescentando que "estamos sempre vigilantes".
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