Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Paris

Paranaenses revelam bastidores da COP 21

Conferência do Clima, em Paris: em busca de um acordo. | Stephane Mahe /REUTERS
Conferência do Clima, em Paris: em busca de um acordo. (Foto: Stephane Mahe /REUTERS)

Paris está tranquila e agitada, ao mesmo tempo. É o que contam paranaenses que foram à capital francesa para acompanhar os debates da 21.ª Conferência das Partes da Convenção do Clima (COP 21).

Tranquila porque eles esperavam encontrar um sufocante aparato de segurança depois dos atentados terroristas do dia 13 de novembro. Não foi assim. Há cuidados extras, mas eles não são tão evidentes. Como saldo, os representantes dos 195 países participantes não passaram por vistorias muito demoradas ou rigorosas. Apenas as manifestações de ruas foram proibidas, para evitar aglomerações.

Participante conta que atentados em Paris não afetaram o clima da COP 21

O paranaense André Ferretti, que já esteve em 11 edições da Conferência do Clima relata que o aparato de segurança não aparenta ter sido reforçado em relação a eventos semelhantes, mesmo depois dos ataques terroristas.

+ VÍDEOS

A agitação está restrita, portanto, às discussões diplomáticas que devem resultar em um novo acordo mundial para enfrentar as mudanças climáticas. Guilherme Karam, coordenador de estratégias de conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, participou de uma reunião do Observatório do Clima com a ministra brasileira do Meio Ambiente, Izabella Teixeira e com representantes de diversas ONGs. “Percebi otimismo do Brasil com relação ao Acordo de Paris, que, ao que tudo indica, cumprirá seu papel de direcionar a queda das emissões de gases de efeito estufa dos países que o assinarem. A diplomacia francesa merece uma menção, pois está facilitando todo o processo, o que cria um ambiente favorável para a discussão equilibrada entre os chefes de estado”, diz.

Precificação de carbono deve ficar fora da COP 21

Direto de Paris, Guilherme Karam, da Fundação Boticário, conta que alguns dos debates da Conferência do Clima serão acalorados, mas não devem entrar no documento oficial que será assinado pelos países participantes.

+ VÍDEOS

Ele também relata que a resistência norte-americana a tornar o acordo vinculante pode levar a uma flexibilização. Tornar o acordo legalmente vinculante significa dizer que esse documento teria valor de lei internacional, com sanções àqueles que não cumprirem as metas. Seria uma forma de garantir o cumprimento dos países. “O Brasil está no time dos que desejam que o acordo seja vinculante, porém o Congresso dos EUA já indicou que a medida dificilmente será aprovada”, afirma.

Gastando energia para recarregar o celular

Um dos objetivos da COP 21 é conscientizar as pessoas sobre a necessidade de mudar as relações de consumo para preservar os recursos naturais. Uma das formas de tornar esse conceito mais próximo das pessoas é com exemplos de interação, como nos dois casos mostrados no vídeo.

+ VÍDEOS

O advogado paranaense Alessandro Panasolo, que atua na área de Direito Ambiental e está em Paris acompanhando as discussões da COP 21, também espera que sejam firmados acordos fortes. “Sabemos que não será tarefa fácil, pois as decisões só podem ser tomadas por consenso entre os países. Também não há mais tempo para formatação de um acordo frágil, sob pena de comprometer a autoridade e confiabilidade da conferência”, destaca.

A COP 21 termina no dia 11, quando o resultado da negociação deve ser anunciado.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.