A onda de protestos que tomou conta de algumas cidades no Nepal, incluindo a capital, Katmandu, pode atrasar a saída de estrangeiros que estão no país, atingido por um terremoto de grandes dimensões no último sábado. Entre os estrangeiros há um grupo de paranaenses que está a 140 quilômetros da capital.
Ontem, manifestantes bloquearam estradas para protestar contra a falta de ajuda do governo às vítimas do terremoto de magnitude 7,8 que já deixou aproximadamente 5 mil mortos.
“Estamos a 140 quilômetros de Katmandu e não sabemos quanto tempo levaremos para fazer o percurso. Temos uma previsão de 6 horas, mas, como a população está fechando as estradas por insatisfação com a atuação do governo na tragédia, tudo pode acontecer”, disse a paranaense Ana Paula Wanke, que lidera um grupo de 20 pessoas – a maioria de Curitiba – que viajaram ao país para turismo de aventura .
O grupo 14 dos turistas (13 deles de Curitiba) conseguiu adiantar a volta ao Brasil, que seria na sexta-feira, para amanhã. “Estamos muito apreensivos com as condições da estrada”, admitiu Ana Paula. Eles viajarão em um ônibus fretado até a capital nepalesa, de onde partirão os voos. Segundo Ana Paula, uma equipe de apoio está dando a assistência de deslocamentos e acomodações para o grupo.
Cerca de 340 mil pessoas abandonaram nos últimos dias o vale de Katmandu devido ao medo de novos tremores e do surgimento de doenças. De acordo com o chefe do departamento de trânsito da região ao portal de notícias nepalês “Ekantipur”, apenas ontem aproximadamente 66 mil pessoas saíram da zona, que tem população total de 2,5 milhões de habitantes.
No vale, é comum a saída de ônibus com pessoas penduradas nas portas ou sentados no teto, partindo de várias estações da capital.
O governo do Nepal informou que trabalha na reabertura das estradas no vale central e há dois dias conseguiu liberar a via que leva a Pokhara, segunda cidade mais importante do país. Além dos 5 mil mortos, o terremoto deixou pelo menos 11 mil feridos. Ao todo, segundo última apuração do Ministério do Interior, 450 mil pessoas estão desabrigadas ou desalojadas.