
Os hospitais do norte de Israel não param de receber feridos da guerra civil na Síria, em sua maioria milicianos de grupos rebeldes e civis que cruzam a fronteira na busca de assistência médica.
"Nós não sabemos de onde vêm e nem para onde vão", disse Yeal Shavit, porta-voz do hospital Ziv de Safed, na Galileia Superior, que atendeu nos últimos cinco meses mais de cem vítimas.
Trata-se do principal centro civil de assistência médica para onde são transferidas as vítimas que conseguem atravessar a outrora infranqueável fronteira das Colinas de Golã, que Israel ocupou em 1967 e que ficou durante 40 anos completamente fechada.
Ao lado da fronteira, na parte norte do planalto, o Exército israelense conta desde o início do ano com um hospital de campanha e sua atividade é realizada na mais absoluta discrição.
Consultados pela reportagem, porta-vozes e altos comandantes militares não quiseram fazer comentários e deixaram implícito que "a ordem vem de cima", apesar de transferirem os casos mais graves ao hospital Ziv, onde os feridos ingressam sem restrições.
Israel e Síria estão em estado de não beligerâncias desde os acordos de 1974 que puseram fim à guerra do Yom Kippur, mas a calma de quatro décadas se vê enfraquecida de tanto em tanto por choques esporádicos colaterais ao conflito sírio.
A fronteira era aberta uma vez por ano para permitir que noivas drusas atravessassem para o lado sírio com mediação da Organização das Nações Unidas (ONU), e em anos recentes para exportação de maçãs do Golã à Síria.
Diz o NYT
Reportagem no New York Times de ontem afirma que o relatório da ONU sobre o ataque químico ocorrido na Síria no dia 21 de agosto omite evidências de que o regime de Bashar Assad foi o responsável pela ação. Tanto a Síria quanto a Rússia, a sua principal aliada, afirmam que o ataque foi planejado e realizado pelos rebeldes.
Diz a Rússia
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, disse ontem que recebeu do regime sírio dados que provam a culpa dos rebeldes nos ataques químicos que ocorreram nos arredores de Damasco. Riabkov criticou o relatório da ONU e afirmou que as novas informações que recebeu ainda terão de ser analisadas.



