As encomendas provenientes da China, contendo sementes desconhecidas, têm sido recebidas em quase todo o país, tendo o Paraná como um dos principais destinos desse produto misterioso. Dos 26 estados mais o Distrito Federal, apenas o Maranhão e o Amazonas ainda não apresentaram casos, segundo o Ministério da Agricultura. Ao todo, 258 amostras foram entregues para autoridades e 39 seguem em análise no território nacional. Um estudo preliminar já identificou a presença de três tipos de fungos em 25 pacotes. Também foram detectadas bactérias em dois exemplares, além de ácaros vivos em uma das amostras em investigação. Quatro pacotes têm possíveis ervas daninhas não presentes no Brasil.
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Dessas 258 amostras, 26 foram recebidas no Paraná e entregues para a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura do governo estadual. Duas plantas que teriam brotado dessas sementes também foram coletadas, em Maringá e Londrina. Elas foram recolhidas e seguem em análise. As orientações são de que essas sementes não devem ser plantadas, nem descartadas, mas entregues às autoridades.
As informações foram repassadas pelo Ministério da Agricultura em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (6). A análise laboratorial das sementes deve ser concluída nas próximas semanas. Os estudos devem identificar os tipos de fungos encontrados, assim como as bactérias e também quais são as espécies das plantas de todas as sementes analisadas.
O recebimento de encomendas de sementes tem aumentado no último semestre. Segundo o Ministério da Agricultura, cerca de 5 mil encomendas de sementes chegam ao país todo mês. Em 2019, a média mensal não passava de 2 mil pacotes.
“Como o risco é desconhecido, o alerta é máximo. Com a parcial dessas análises já deu para perceber que estamos agindo certo, fazendo uma medida preventiva adequada. É melhor ter rigor agora, pois o controle pode ser muito pior depois”, explica o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal.
O ministério reforça o alerta à população para que não abra essas encomendas, não descarte no lixo e muito menos plante as sementes vindas pelos Correios. O indicado nesses casos é enviar o material para uma das sedes de defesa agropecuária mais próxima. O plantio dessas sementes pode resultar na introdução de pragas que ainda não estão presentes no país, podendo causar danos irreversíveis à agricultura nacional.
Sementes podem não vir só da China
O Ministério da Agricultura afirma ainda que as sementes misteriosas não estão vindo somente da China. O que dificulta saber de onde as encomendas foram postadas é que muitos pacotes apresentam código de postagem diferente do endereço apresentado na embalagem.
A Embaixada da China no Brasil afirma que pode haver fraude nas etiquetas dos pacotes com sementes. O país asiático reforçou que sementes são consideradas artigos de remessa proibidos pelos correios no país. A China pretende colaborar com as investigações e diz estar à disposição das autoridades brasileiras.
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