Caminhoneiros protestam contra o aumento dos impostos sobre os combustíveis bloqueando trechos de rodovias em todo o Brasil nesta terça-feira (1). O movimento foi organizado por meio das redes sociais e de grupos de WhatsApp e continuou até o fim da tarde em várias rodovias. O problema é o reajuste do PIS/Cofins, que fez o preço da gasolina e do diesel subir nas bombas. Além disso, eles protestam contra o corte de verbas para a polícia rodoviária e a corrupção.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e concessionárias de pedágio registraram manifestações e bloqueios em ao menos oito estados – São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo.
“Na maior parte das interdições os caminhoneiros em deslocamento são convidados a participar. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) continua monitorando possíveis pontos de bloqueio e em tratativas para que se restabeleça o fluxo nos pontos onde as manifestações ocorrem”, disse a PRF em nota.
Em São Paulo, caminhoneiros bloquearam a rodovia Anchieta no acesso ao Porto de Santos, um dos mais importantes da economia brasileira. O bloqueio começou por volta das 7h, na alça de acesso ao porto – o congestionamento chegou a cinco quilômetros. Por volta de 11h50, o tráfego foi normalizado no acesso a Santos, de acordo com a Ecovias, concessionária responsável pelo trecho. No fim da tarde, o trânsito na região já estava normalizado.
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Em Minas Gerais, havia ainda quatro pontos de bloqueios no fim da tarde. Os caminhoneiros pararam na BR-40 nos municípios de Congonhas e Conselheiro Lafaiete, na BR-50, em Uberlândia, e na BR-607, em Oliveira.
Já no Espírito Santo, a manifestação foi feita no km 11 da rodovia BR-262, em Viana, mas sem bloquear a estrada.
A PRF informou que até as 15h30, as manifestações ocorriam no Rio Grande do Sul em Cristal (BR 116), em Rio Grande (BR 392), em Carazinho (BR 295), em Palmeira dos Índios RS (BR 468) e em Ijuí (BR 285). Em Goiás, ocorrem protestos em Aparecida de Goiânia (BR 153) e em Rio Verde Goiás (BR 452).
Em Goiás, ocorrem protestos em Aparecida de Goiânia (BR 153) e em Rio Verde Goiás (BR 452).
Em Santa Catarina, um grupo de caminhoneiros fez um bloqueio parcial na BR-116 no município de Santa Cecília. O ato começou por volta das 6h, de acordo com a PRF. O ponto foi liberado às 16h30. No estado, ainda há manifestações em mais dois pontos da BR-116: no km 184 em São Cristóvão do Sul, no entroncamento com a BR-470, e no km 245 em Lages, no encontro com a BR-282.
Em Mato Grosso, manifestantes seguem no Km 683 da BR 163, em Sorriso. Apenas veículos de carga são retidos e a pista está liberada para demais veículos. A pista chegou a ser liberada às 9h30, mas voltou a ser ocupada às 11h30. As manifestações ocorrem também em Barra do Garças, no Km 5 da BR 070, também apenas para veículos de carga. Os manifestantes chegaram a atear fogo na pista, mas a estrada já está desobstruída. O ato ocorre desde as 5h. Houve registro de manifestação, sem fechamento de estrada na BR 163, Km 746, em Lucas do Rio Verde. Está prevista, segundo a PRF no estado, manifestação em Rondonópolis, na BR 163, entroncamento com a BR 364. Mas até as 15h30, não havia registro de movimentação no local.
Na Bahia, as manifestações ocorreram em quatro pontos. Até as 15h, os protestos ocorriam em apenas um deles, na BR 116, Km 523, próximo a Itatim. Não houve obstrução, uma vez que os protestos ocorrem à margem da estrada. Chegou a se formar, no entanto, um congestionamento de 5 km, porque os motoristas reduziam a velocidade para observar o movimento. Na BR 116, Km 420, próximo a Feira de Santana, a pista foi interditada das 8h às 10h30. Na BR 324, Km 441, em Riachão do Jacuípe, cerca de 20 pessoas protestavam na estrada, mas não havia a participação de caminhoneiros, segundo a PRF no estado.
Protesto anunciado
Os caminhoneiros já se articulavam para realizar os protestos nesta terça. “E, pelo que estamos vendo até agora, é um movimento bastante forte”, afirmou o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unican), José Araújo Silva, o China.Ele explicou que não foi feito um levantamento para saber quantas rodovias serão paralisadas. Mas os profissionais do Acre e do Espírito Santo, por exemplo, já anunciaram que vão fechar as rodovias dos respectivos Estados, diz China.
“Sabemos que começa amanhã (terça-feira), mas não tem data para acabar”, diz China. Ele afirma que os caminhoneiros estão indignados com o aumento dos impostos sobre o óleo diesel, que representou R$ 0,46 por litro. “Imagina numa viagem longa o que significa esse aumento para o caminhoneiro. Esse aumento foi a gota d’água.”
Além do aumento dos impostos sobre os combustíveis, os motoristas também reclamam da redução dos investimentos na melhoria das estradas. Com a delicada situação fiscal do país, o governo fez um corte radical nos investimentos, especialmente da área de infraestrutura. Dos R$ 36,1 bilhões previstos na Lei Orçamentária para este ano no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) apenas R$ 19,7 bilhões estão disponíveis. A redução total, após dois sucessivos bloqueios, chega a 45,4%.
O setor de transportes perdeu R$ 1,1 bilhão, só no último corte. Para os caminhoneiros, a redução dos investimentos aumenta a insegurança nas estradas, já que a manutenção é reduzida, ou praticamente eliminada por falta de verba. Outra reclamação envolve a segurança pública nas rodovias, que também teria piorado. “Vamos apoiar essa manifestação, não temos como ficar em cima do muro.”
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