O que dizer de alguém que se diz comunista em pleno século XXI? O mais correto seria ignorar uma figura dessas, ou chamar os homens de banco. Mas no Brasil, comunista tem partido oficial e é até governador! É o caso de Flavio Dino, do PCdoB, que governa o Maranhão, estado entre os mais miseráveis do país. Comunistas chafurdam na lama…
Em entrevista na Folha, Dino diz que Bolsonaro é uma ameaça à sobrevivência da nação, e que por isso a elite deveria apoiar… Lula! Sim, aquele que destruiu o Brasil, e que se tivesse continuado no poder por meio de seu poste, teria transformado definitivamente nosso país numa Venezuela. Para resgatar sua “obra”, Dino quer que a elite abandone o “espírito de Miami”, ridiculariza a ideia de estado mínimo (“Aqui o povo quer serviço público. Se não for o Estado, não é ninguém”), e declara voto em Manuela D’Ávila, a comuna que gosta de fazer enxoval nos Estados Unidos:
Não vai votar no seu partido?
Se Manuela estiver na urna, voto nela, claro.
Lula irá até o fim?
Lula deve manter a candidatura até o limite. A candidatura dele é fundamental, imprescindível. Só há eleições livres com ele sendo candidato, não há razão para não ser, a não ser um processo de lawfare, de perseguição judicial. Pergunte a um cidadão médio: o que você acha de Sarney ou Collor soltos e Lula preso? Isso pode tisnar, criar uma nódoa na eleição, é muito grave. Metade da população tem intenção de votar nele.
Metade?
Claro. Se for candidato, ganha. Se a elite brasileira tivesse um pouquinho de espírito nacional, e menos espírito de Miami, concordaria que Lula é importante para o Brasil. [Tirá-lo] abre espaço para uma aventura que seria Bolsonaro presidente, um suicídio nacional e coletivo.
Aventura seria Bolsonaro presidente. Segurança seria Lula voltar ao poder. A segurança de que vamos mesmo acabar de afundar o Brasil na lama! Espírito nacional, patriótico, seria, portanto, votar naquele que é cúmplice do Foro de SP, que roubou os pobres trabalhadores brasileiros, que deixou como legado, além dos maiores escândalos de corrupção da história deste país, quase 15 milhões de desempregados!
E o que seria o “espírito de Miami”? Vejamos: foi aqui na Flórida onde Dilma teve menos votos em 2014, ou seja, somos o “estado” brasileiro com maior aversão ao lulopetismo. Também é em Miami onde milhares de brasileiros chegam com uma mão na frente e outra atrás, para ralar, trabalhar duro e empreender, oferecendo uma vida mais digna para a família, tudo num ambiente de maior segurança (física e jurídica) e com menos burocracia.
Não buscam esmolas estatais, não querem bolsas do governo, não acham que tudo deve ser oferecido pelo “papai” Leviatã. Ao contrário: buscam independência com o suor do próprio trabalho. Eis aí a “elite de Miami”. Eis o espírito que o comunista Dino quer evitar, para dar, em troca, o espírito venezuelano.
Ler uma entrevista dessas um dia depois do Natal é realmente uma ofensa que só a Folha de SP faria com milhões de brasileiros decentes. O problema, claro, é que boa parte da elite brasileira não tem o espírito de Miami, e sim o espírito de Caracas!
Rodrigo Constantino