Em tempos de feminismo forte, Angelina Jolie tomou uma decisão que, para algumas mulheres, pode parecer um retrocesso. Ela trocou o trabalho pela vida de dona de casa. Em entrevista à revista Vanity Fair que está vindo a lume aos poucos, a atriz, que é também diretora, conta que colocou a produção de filmes de lado para se tornar uma mãe melhor, fazer aulas de culinária e cumprir tarefas domésticas como limpar cocô de cachorro. E que se sente “mais mulher” por isso.
“Eu na verdade me sinto mais mulher porque sinto que estou sendo esperta sobre minhas escolhas. Estou colocando minha família em primeiro lugar, e estou no comando de minha vida e minha saúde. Acho que isto é o que torna uma mulher completa”, disse Jolie.
Seu filme mais recente como diretora, First They Killed My Father, sobre o regime do Khmer Vermelho, que resultou na morte de mais de 1 milhão de pessoas na década de 1970, estreou no Camboja em fevereiro. O filme está programado para lançamento global e no Netflix em setembro. À parte da divulgação do filme, Jolie disse não ter interesse em trabalhar em outro longa por ora. Ela possui guarda primária dos seis filhos com Brad Pitt, mas ainda falta um acordo final sobre o divórcio.
“Tento há nove meses ser realmente boa em ser somente uma dona de casa e limpar cocô do cachorro e lavar a louça e ler histórias antes de dormir. E estou melhorando nas três coisas”, disse à edição de setembro da Vanity Fair. “Quando vou dormir à noite, eu penso, ‘Eu fiz um bom trabalho como mãe ou foi um dia mediano?”.
Fazer um filme sobre os horrores do comunismo e afirmar que ser dona de casa a fez “mais mulher”? Isso pode ser demais da conta para as feministas, que tinham em Angelina Jolie um ícone de mulher independente e poderosa (Oprah Winfrey ainda é a primeira colocada, pois além de tudo é negra e só banca a vítima, apesar de todos os bilhões acumulados e do imenso poder que possui).
Algumas pessoas podem argumentar que essa decisão não anula o feminismo, que luta pelo “direito de escolha da mulher”, e se ela escolheu essa vida, então tudo bem. Bobinhos! Ingênuos! Então não sabem que o feminismo, em sua terceira fase (a mais radical), não tem mais nada a ver com escolha da mulher, e sim com uma visão determinada do papel da mulher na sociedade, que não pode enaltecer a família e a maternidade?
Foi-se o tempo em que feministas lutavam por “direitos iguais” (se é que já lutaram algum dia). Hoje as feministas não toleram a mulher conservadora, que opta pela maternidade, que enxerga o casamento como uma união complementar, e não uma guerra entre os sexos, ou uma exploração machista. O feminismo é de extrema-esquerda, por isso não enaltece mulheres poderosas como Margaret Thatcher, já que era conservadora.
Por falar em conservadorismo, Paulo Figueiredo comentou sobre o assunto:
A idade vem chegando, a relação em família, a visão e a imposição da realidade que vem da obrigação de criar filhos… o amadurecimento é quase inevitável. É por isso que a imensa maioria das mulheres com mais de 50 anos são bastante conservadoras.
Angelina é (era) a garota propaganda do feminismo, mas neste ritmo vai acabar conservadora que nem o pai, o ator Jon Voight – com quem ela tem uma relação publicamente conturbada. Ou tinha, porque parece que se reconciliaram.
É aquele negócio que dizia o historiador Robert Conquest: “Todo mundo é conservador sobre os assuntos que conhece”. Ou, todo mundo acaba conservador depois que sai da adolescência intelectual.
Que o amadurecimento da Angelina chegue aos demais aspectos de sua vida.
Sim, pode-se falar em amadurecimento sem problemas, pois como negar que a postura de tantas feministas seja justamente infantil? Aquelas mocinhas rebeldes que pensam que são heroínas porque esfregam os peitos na cara de padres velhinhos, que vivem numa bolha, no conforto da civilização ocidental, cuspindo em todos os pilares que permitiram essa segurança inexistente em outras culturas, não são exatamente exemplos de maturidade.
Amadurecer é preciso. Isso quer dizer que toda mulher deve escolher ser “dona de casa” em vez de focar no trabalho? Claro que não! A liberdade de escolha é crucial, e cada uma tem um perfil. Mas parece óbvio que um chamado à maternidade se faz presente no sexo feminino, de forma arraigada e inata, até porque sem isso nossa espécie correria o risco de extinção (e talvez muitas feministas se preocupem mais com a tartaruga do que a humanidade mesmo).
Não é fácil ser mulher na era moderna. Cobra-se mais e mais: independência financeira, beleza (as feministas estão tentando destruir isso também), fidelidade ao casamento, prioridade na maternidade etc. É complicado, a gente sabe. Mas o feminismo em nada ajuda. Ao contrário: só atrapalha, tentando convencer todas as mulheres de que o homem é o inimigo que deve ser destruído, que o casamento é uma prisão, que a maternidade é um fardo, e não uma dádiva.
O feminismo, infelizmente, transformou-se em uma caricatura do que já foi, numa aberração radical de gente recalcada e odienta, que não consegue enxergar beleza na tarefa mais sagrada que poderia existir para uma mulher de verdade: cuidar bem dos filhos, transmitir o amor materno que é inigualável e imprescindível para a formação de seres humanos decentes.
Àquela que escolhe esse caminho, só tenho uma coisa a dizer: não se sinta culpada! Não deixe que as feministas estraguem esse sentimento bonito que vem com a maternidade. Não se sinta pior ou diminuída só porque não é uma executiva bem-sucedida, ou uma deputada ou senadora de esquerda (isso deveria ser motivo de vergonha, não orgulho). Encare sua função como nobre, pois ela é extremamente nobre. E seja feliz!
Rodrigo Constantino
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