Por Pedro Henrique Alves, publicado pelo Instituto Liberal
Depois de acompanhar os canais de notícias internacionais nos dias que precederam a aceitação do senado americano do maior corte de impostos dos EUA dos últimos 30 anos, foi possível ver o mesmo terreno apocalíptico erigido pelos jornais chapa-branca que pintaram Trump como sendo o novo Hitler na época das eleições. Entretanto, dias após a aprovação da reforma tributária, o mercado americano respondeu de maneira positiva; empresas de grande giro, como Rodrigo Constantino mostrou em seu blog na Gazeta do Povo, vem acenando de maneira muito positiva à diminuição de juros, algumas anunciaram aumento salarial, pagamento de bônus aos funcionários e até doações milionárias para instituições de caridade.
Trump, que vinha sendo visto pela ala liberal (no sentido liberal clássico) como uma grande incógnita ou até mesmo como estatista, demonstrou ser, na verdade, o maior desestatizador nos últimos anos. Há muito tempo os americanos não respiravam ares tão liberais na economia, assim como não experimentavam um crescimento econômico tão exponencial regado com aberturas de vagas de empregos. A taxa de crescimento econômico para o ano de 2017, apesar de dois furacões devastadores, milhões de dólares gastos para a reconstrução de grandes estados e do aumento na receita das Forças Armadas, será acima de 3,3%. Para termos um paralelo real, a melhor das expectativas de crescimento econômico brasileiro para esse ano é de 0,7%. Imaginem se tivéssemos furacões, tsunamis e o Ciro Gomes como presidente; entretanto, cá entre nós, o que são furacões para quem tem a esquerda como gerente econômico dessa nação, não é mesmo?
Podemos constatar duas coisas a partir dessa análise, o primeiro é como a diminuição do Estado é indispensável para o crescimento econômico. Ao contrário do que o discurso socialista diz, que o crescimento do empresariado é sinônimo de opressão das classes mais baixas, os EUA hoje possuem a menor taxa de desemprego dos últimos 17 anos; o que resulta — direta e indiretamente — no aumento de empregos para as classes mais baixas, o aumento da possibilidade de compra, e o aumento do PIB e da dignidade individual e familiar. A taxa de desemprego nos Estados Unidos, hoje, é de 4,1%, ou seja, a administração Trump criou mais de 1,5 milhões de vagas de emprego em todo território americano. No Brasil a taxa de desemprego vem caindo, hoje se encontra em torno de 12,2% — ainda muito alto —; entretanto, já chegamos a 13,7% em meados de janeiro, fevereiro e março desse ano, o que resultou em mais de 13,8 milhões de desempregados. Uma união de incapacidade administrativa petista e de seus aliados, conchavos criminosos, burocracia, estatismo e umas boas pitadas de imoralidade do empresariado que parou de fazer livre comércio para se prender aos monopólios e burlas vadias, foi a receita para que o país caísse no maior recesso conhecido de nossa república.
Na contramão política do globalismo, os Estados Unidos elegeram um presidente conservador e pró-mercado, presidente esse que, quando ainda candidato, prometeu sem meias palavras a elevação da condição financeira de seu povo; apesar de manter posições nacionalistas no que se refere ao mercado chinês, principalmente por sua legislação trabalhista que beira um “escravagismo legal”, além de uma possível estratégia globalista da China de conquista territorial via compra de empresas internacionais.
Confesso que já critiquei Trump por sua postura nacionalista na economia, não obstante, hoje olho com mais cuidado para os seus argumentos e consigo vislumbrar o porquê de seu receio frente a China no plano da geopolítica atual, geopolítica essa onde a economia é apenas um dos fatores a serem levados em conta. Ora, as privatizações de empresas nacionais para os investidores chineses não passam de uma espécie de estatização ao governo da China. A política Chinesa não permite um verdadeiro livre mercado, o que há na China é o partido comunista preponderante em todos os níveis, ao ponto que a economia não passa de um campo mais brando de seu controle, não obstante, tal campo ainda não deixa de ser do Estado. O que impede o partido comunista de, amanhã, se assim entender, estatizar todos os meios de produção de seu país? Muitos liberais, por se prenderem exclusivamente à economia, não enxergam panoramicamente o campo de ação política do governo chinês e nem como a China, na realidade, é o maior dos estatistas.
Andando para o lado oposto das velhas burocratas da ONU e de seus pupilos servis, Trump vem trazendo à tona uma política independente, ainda que interligada com grandes potências. Donald Trump não parece ter rabo preso com cartilhas, não tenta agradar ninguém, e com isso a mídia americana e mundial enlouquecem, não sabem onde fundamentar as suas críticas, não sabem mais como atacar o 45.º presidente dos Estados Unidos sem perder a aparência de “mídia imparcial”. O Jornal Nacional, por exemplo, já parou bons minutos para comentar um GIF humorístico compartilhado pelo presidente no Twitter; o portal de notícias DN, de Portugal, escreveu uma matéria inteira sobre como Trump bebe água.
Quem nos dera ter um Trump na gerência desse país, com a sua mente límpida para atuar de maneira concreta na diminuição do Estado e do servilismo público. Obviamente que o Brasil não é os EUA e que nossa situação é bem mais delicada do que era a deles quando Donald Trump assumiu a presidência. Mas isso não muda o fato que devemos tomar um banho de livre mercado. Se mais de 100 anos de estatismo, coronelismo e governos ditando as regras na economia e na política não são o suficiente para percebermos que essa ingerência estatizante e esse discurso socialista tolo não funciona, devemos desistir desse país. Nos Estados Unidos, até aqueles que choraram por Trump ter sido eleito naquele fatídico dia 9 de novembro, muito provavelmente estão trabalhando e tendo condições de ter uma vida digna. Como é bom ser socialista num país liberal; lá podemos trabalhar, ganhar bons salário, e depois fazer militância política em nossas casas através de nossos Iphones tomando uma boa cerveja artesanal.
Temos um baile de demagogia, enquanto os militantes democratas tentam vingar a teoria da conspiração de Trump acasalando políticas com os russos; esses militantes se adornam das benesses de um país construído por políticas contrárias à esquerda que eles tentam a todo custo emplacar por via histéricas. Os Estados Unidos, segundo a historiadora Gertrude Himmelfarb, foram construídos sob a égide da liberdade, tanto econômica quanto política. Isto é: justamente sob o princípio estruturante que todos os países socialistas recusaram; nenhum país dito socialista se abriu de maneira real à liberdade econômica e política. Qual país assumidamente socialista permitiu oposição política e uma economia de mercado? Qual país socialista floresceu uma economia tão pulsante ao ponto de ricos e pobres terem acesso a produtos que até hoje muitos cubanos e norte coreanos nunca viram de perto?
Ou seja, a esquerda americana é o típico neto ingrato, aquele que foi sustentado pelo trabalho árduo de seus avós, e hoje luta contra as estruturas que permitiram que seus avós prosperassem e o criasse; aquele neto que sob o zelo de seu avô teve uma infância segura, rica em imaginação, educação e bens, e que hoje o acusa de ser fascista porque ousou ter um casamento monogâmico por mais de 5 anos e uma grande propriedade privada. Como afirmava Lyle H. Rossiter, a causa da mentalidade dúbia e parva dos esquerdistas, cada vez mais, desponta como uma questão de sanidade psicológica. Mais liberalismo e menos demagogia esquerdista, por favor.
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