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Não acredito! Mais um movimento de bilionários em prol da esquerda?

A ligação entre ricos capitalistas e o socialismo não é nova, e já falei dela em vídeo aqui, e nesse texto, questionando se é teoria da conspiração. Também foi o tema do meu Esquerda Caviar. Portanto, não houve supresa alguma quando soube do tal movimento Acredito, bancado por bilionários como Jorge Paulo Lemann e Guilherme Leal, e que pretende ser o “MBL progressista”:

Fundado por brasileiros de diferentes regiões do Brasil, alguns com passagens por universidades do país e do exterior, um grupo planeja ajudar, por meio de divulgação e elaboração de conteúdo, candidaturas que representem “renovação política” a partir das eleições de 2018.

O movimento, previsto para ser lançado oficialmente em abril sob o nome de “Acredito”, terá apoio da Raps (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), criada pelo empresário Guilherme Leal, da Natura, e de outras fundações. Leal foi candidato a vice de Marina Silva (hoje Rede, à época PV) em 2010.

Se o leitor ainda não ouviu falar desse movimento, com certeza vai, dado o tamanho da carteira das figuras por trás dele. Os três principais jovens em destaque fizeram cursos em Harvard, o que garante o verniz de elite intelectual ao grupo. Como se em Harvard não tivesse um monte de esquerdista!

Em pouco tempo já conseguiram até entrevista no programa de Pedro Bial, com direito a uma jovem Tábata afirmando que deseja ser nada menos do que presidente do Brasil para olhar com orgulho para tudo aquilo que fez pelo povo quando estiver bem velhinha.

Jovens idealistas que “sonham grande”, mas em vez de empreendedores, querem ser… políticos! Qualquer liberal ou conservador tem a obrigação de ficar cético, receoso ou até ter calafrios diante disso. Essa ambição toda, movida por romantismo, nunca costuma acabar bem quando direcionada para a política.

A turma é “moderada” e contra “radicalismos”. De todos os lados, claro. Não são de “direita nem de esquerda”, e ironicamente dez em cada dez que repetem isso são… de esquerda. De fato, lá estão as principais bandeiras do grupo: cotas raciais contra as injustiças e o “genocídio” dos negros, o combate à desigualdade como meta tão importante quanto o combate à pobreza, e por aí vai.

É a Rede de Marina Silva com pitadas frescas de juventude estudiosa. É a “marcha” de Emmanuel Macron, a esquerda “limpinha” que esconde a carranca feia do socialismo atrás da cara de bom moço. Se os bilionários por trás da iniciativa financiam o troço inconscientes da ameaça ideológica, não sei dizer. Pode ser ignorância e ingenuidade, pode ser estratégia “globalista” maquiavélica. Pode ser uma mistura também.

Empreendedores são bons naquilo que fazem: empreender. Isso não quer dizer que tenham a real noção da guerra cultural e ideológica em curso, que entendam direito o que os “progressistas” defendem e os riscos dessas bandeiras para o próprio capitalismo. Mas imaginar que sejam bobos também é demais da conta. Essa turma de ricaços conhece o sistema e dele se aproveita, muitas vezes.

Daí a dúvida sincera: bancam a esquerda “moderada” cientes do que fazem, ou só para se sentirem bem na hora de dormir, como se estivessem efetivamente colaborando para um país melhor, mais livre e mais próspero?

De qualquer jeito, uma coisa está clara: eu não acredito! Não acredito em quem se diz acima da dicotomia “esquerda e direita”, mas que só defende bandeiras de esquerda. Não acredito em jovens idealistas que querem “mudar o mundo” por meio da política antes mesmo de arrumar o primeiro emprego na iniciativa privada. Não acredito em bilionários que se aproximam demais de governos. Não acredito em “moderados” que rejeitam os extremos, mas que, na prática, toleram a extrema-esquerda:

A foto com o socialista Marcelo Freixo, do PSOL, partido que defende oficialmente a ditadura de Maduro na Venezuela, está entre as fotos que Tábata Amaral de Pontes mantém em sua página do Facebook, e a garota ostenta a tietagem com orgulho. E com muito orgulho ela ostenta outro troféu, uma foto com o esquerdista FHC, que deve ser o máximo da “direita” tolerada pela turma:

Eis a legenda que a moça colocou: “Um dia muito marcante no qual conheci um dos meus maiores ídolos acadêmicos e políticos!” Quem tem FHC como ídolo acadêmico (era marxista) ou político (criou diversos programas esquerdistas) está bem, bem longe do liberalismo. Alexandre Borges fez um alerta sobre esse movimento também, em que diz:

Os “donos do Brasil” resolveram bancar seu próprio “movimento político de jovens” para “renovar a política”. Fiquem de olho.

O movimento que vocês deveriam ficar mais atentos hoje se chama Acredito, apoiado por Jorge Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil, Luciano Huck, entre outros. Esses bilionários sabem que política se faz com dinheiro, muito dinheiro, e não com textão, meme ou gritaria virtual.

[…]

Os próprios organizadores do Acredito não escondem que a idéia é criar um “MBL de esquerda”. O manifesto do movimento tem platitudes como “queremos soluções para os problemas, independentemente se elas vêm da direita ou da esquerda”, o que todo esquerdista diz antes de chegar ao poder. Pergunte ao Macron.

[…]

Não se engane: é um movimento que só tem esquerdista e que defende descriminalização de drogas, desarmamento da população civil e todo o pacote do globalismo que você está cansado de conhecer. É a esquerda Alessandro Molon que a Globo adoraria emplacar se o eleitor fosse mais obediente.

As pautas dessa esquerda de proveta são impopulares, mas nada que muito dinheiro não ajude a empurrar para a frente, ainda mais num país oligopolista na indústria de comunicação e com hegemonia ideológica total nos principais canais tradicionais de influência da opinião pública.

Antes de brigar com qualquer um que não pense 99,9% como você, saiba escolher seus adversários. E essa esquerda globalista, mezzo Emmanuel Macron mezzo Justin Trudeau, é que deveria estar apitando no seu radar.

A economista Renata Barreto, após ler o alerta de Borges, desabafou: “Um cara como o Lemann, que construiu um império sob os modelos liberais de sucesso e meritocracia, apoiar coisas desse tipo, me faz realmente pensar que não existe luz no fim do túnel”. É mesmo assustador.

Todos sabem que a gestão da InBev, dona da Brahma, é extremamente agressiva na imposição da meritocracia. Não tem moleza nem mi-mi-mi por lá: vale o resultado entregue. Como isso pode se misturar com as bandeiras “progressistas” de igualdade de resultados com base em identidades de grupos que vivem bancando as vítimas?

Não pode. Assim como o socialismo não deveria ser bancado por capitalistas. A menos, claro, que o capitalista esteja de olho ou na imagem de descolado, sensível e engajado nas “causas sociais”, ou então, numa alternativa ainda pior e mais maquiavélica, mirando no “capitalismo de estado”, na simbiose com o governo em troca de favores e privilégios.

De qualquer jeito, nada de novo sob o céu. Há séculos que bilionários financiam movimentos de esquerda. O Acredito é apenas mais um, com roupagem mais jovial e moderada, nas aparências. Mas já deixo em evidência aqui a minha conclusão: #NãoAcredito!

PS: Como fica claro, os bilionários costumam financiar movimentos de esquerda, não os liberais ou conservadores. Por isso a sua ajuda é fundamental para que o trabalho independente da direita continue. Você pode se tornar mantenedor do Instituto Liberal, meu “patrono” ou assinante da Gazeta do Povo, que tem feito um ótimo trabalho em prol da liberdade. Faça a sua parte, pois o lado de lá não está de brincadeira, e tem muitos recursos.

Rodrigo Constantino

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