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O fracasso do desarmamento: mortes violentas atingem recorde no país

Chegou a 61.619 o número de mortes violentasintencionais registradas no Brasil em 2016, crescimento de 3,8% em relação ao ano anterior. Significa sete pessoas assassinadas por hora, segundo dados inéditos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nesta segunda-feira (30).

A taxa de mortes violentas foi de 29,9 assassinatos por 100 mil habitantes. No Nordeste, ainda maior. Os três Estados com maiores taxas são Sergipe (64), Rio Grande do Norte (56,9) e Alagoas (55,9).

“61 mil mortos é o que a gente tem de mais obsceno”, na avaliação da diretora do Fórum Samira Bueno. “É muito sofrimento para uma nação isso estar em segundo plano. Como a gente não priorizou essa agenda com tanta gente morrendo?”

Várias teses podem ser apresentadas como causa do fenômeno: a impunidade, a crise econômica, a redução dos investimentos em segurança pública, a queda no número de armas apreendidas etc. Quando se trata de um fenômeno complexo, normalmente não existe uma única causa, tampouco uma só solução.

Dito isso, parece evidente que a política do desarmamento foi um fiasco. Não impediu os assassinatos. Diante desse fracasso evidente, o que alegam os desarmamentistas? Apelam para um “argumento contrafactual”, que não tem como ser refutado. Dizem que sem o desarmamento estaríamos ainda piores!

É a típica rota de fuga de quem defende algo que deu errado, que não mostrou bons resultados. Ele sempre poderá repetir que a situação poderia estar ainda pior sem sua receita, que foi vendida, à época, como milagrosa, eficaz, uma panaceia.

Há desigualdade demais? Então vamos apostar pesado no “welfare state”. O resultado foi mais desigualdade ainda? A culpa é do capitalismo e precisamos de mais estado paternalista para resolver o problema. Há déficit habitacional? O estado precisa intervir e ajudar em políticas de casas populares. O resultado foi um aumento do déficit habitacional, casas caindo aos pedaços, guetos violentos e inflação ou especulação imobiliária que beneficiou os mais ricos? Então é preciso ter ainda mais estado cuidando da moradia dos mais pobres.

Reparem que é impossível debater direito com alguém assim, pois ele nunca estará disposto a comparar os resultados concretos com suas promessas antes do projeto ser adotado. No caso do desarmamento, os liberais falavam que ele não só não resolveria a questão da violência, como deveria aumentá-la, pois somente cidadãos de bem entregariam suas armas, enquanto os bandidos ficariam ainda mais ousados, cientes de que não há risco de reação.

Acontece exatamente isso, as taxas de homicídio disparam, atingem o recorde histórico, mas eis que os desarmamentistas sequer piscam, sequer consideram a hipótese de estarem equivocados. É preciso desarmar ainda mais! É preciso dobrar a aposta. Agora vai…

E não é essa a postura fanática de todo socialista, que ignora cada nova tentativa trágica para insistir em sua utopia?

Rodrigo Constantino

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