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O que fazer quando governos afundam?
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Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal

Muitos costumam fazer a analogia entre um governo falido, que leva a sociedade à decadência, com um barco que naufraga. Há os que dizem que numa hora dessas, todos devemos nos solidarizar para tapar os furos através dos quais a água verte para dentro do barco, como se essa fosse uma obrigação moral de cada indivíduo que, queira ou não, faz parte daquela sociedade.

Nada mais falso!

Em primeiro lugar, não existe obrigação moral quando e onde o indivíduo é forçado por compulsão a agir de uma determinada maneira. Moralidade sem liberdade não existe.

Em segundo lugar, essa analogia é mal construída. As sociedades não costumam afundar porque entra água no barco. Elas costumam afundar porque ou o barco carrega peso demais com coisas inúteis que não deveriam estar a bordo, ou porque a tripulação é excessiva e incompetente para conduzi-lo.

O que temos visto em todos os níveis aqui no Brasil, seja federal, estadual ou municipal, com raríssimas exceções, fazendo uso da analogia, é que os barcos estão afundando por excesso de peso ou inaptidão da tripulação em cumprir o seu papel.

Quando um barco começa a afundar por excesso de peso, primeiro deve-se descarregar o peso morto, tudo aquilo que é ativo imobilizado que não presta para o cumprimento das tarefas essenciais que manterão o barco flutuando e no curso correto. Cabe também ao comandante do barco colocar a tripulação que não ajuda, que é incompetente ou que exerce funções desnecessárias para fora da embarcação, entregando-lhes boias para nadarem por sua própria conta até que barcos privados os acolham.

Pedir que a sociedade, ou seja, os passageiros, desçam do barco depois de terem pago a passagem, ou pedir que paguem ainda mais porque a tripulação exige, isso sim é imoral. Essa analogia do barco é interessante porque quando me lembro do comandante do navio Costa Concordia, Francesco Schettino, que por imperícia e irresponsabilidade levou a embarcação que comandava a naufragar por erros de julgamento e por prestar mais atenção nas delícias que as mordomias e as luxúrias do cargo lhe proporcionava. O comandante italiano foi dispensado, obviamente, e foi condenado a 16 anos de prisão.

No mundo da política, por mais irresponsáveis e incompetentes que sejam os comandantes que afundam os governos com sua inépcia gerencial ou moral, levando a sociedade ao naufrágio, acabam condenados a viver com uma polpuda aposentaria, aprisionados em uma mansão, desfrutando do bom e do melhor. Desse jeito, não tem como dar certo, naufrágios aqui no Brasil são apenas uma questão de tempo.

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